ATA DA TRIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 07-5-2007.

 


Aos sete dias do mês de maio do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, a Indicação nº 045/07 (Processo nº 2559/07); pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Pedido de Informação nº 070/07 (Processo nº 2547/07); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Pedido de Informação nº 071/07 (Processo nº 2552/07); pela Vereadora Margarete Moraes, os Pedidos de Informação nos 072 e 073/07 (Processos nos 2556 e 2558/07, respectivamente); pela Vereadora Maria Luiza, o Projeto de Resolução nº 041/07 (Processo nº 1763/07); pelo Vereador Professor Garcia, as Indicações nos 041, 042, 043 e 044/07 (Processos nos 2541, 2542, 2543 e 2544/07, respectivamente); pelo Vereador Sebastião Melo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 057/07 (Processo nº 1784/07). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Marcelo Danéris, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando o desarquivamento o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/02 (Processo nº 2734/02). Também, foi apregoado o Ofício nº 2774/07, do Senhor José Carlos Silva de Deus, Diretor-Geral do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, encaminhando o processo de Prestação de Contas do Município de Porto Alegre, referente ao exercício de mil novecentos e noventa e sete. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 099/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que a Vereadora Maristela Maffei se encontra representando externamente este Legislativo, hoje, na Audiência Pública do Esporte, no Auditório Dante Barone, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 10020, 10791 e 11384/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, deixou de ser votada a Ata da Vigésima Quinta Sessão Ordinária. Após, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Ricardo João Santin, Presidente do Instituto de Estudos Políticos Ildo Meneghetti, que discorreu sobre as atividades desenvolvidas pela instituição que preside, bem como sobre a estrutura material e de recursos humanos lá existentes. Ainda, informou que o Instituto de Estudos Políticos Ildo Meneghetti é vinculado ao Partido Progressista de Porto Alegre e, além da atuação partidária, possui entre seus objetivos o estímulo à conscientização e participação política dos cidadãos, promovendo eventos que incentivam o estudo e o debate das ciências políticas, econômicas e sociais. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Claudio Sebenelo, Bernardino Vendruscolo, Neuza Canabarro, Adeli Sell e Maristela Maffei manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e vinte e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e vinte e oito minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo Vereador Adeli Sell, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear o transcurso do quadragésimo aniversário do 11º Batalhão da Brigada Militar, nos termos do Requerimento nº 047/07 (Processo nº 2242/07), de autoria do Vereador Adeli Sell. Compuseram a Mesa: a Vereadora Maristela Meneghetti, 1ª Vice-Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Tenente-Coronel Hildebrando Antonio Sanfelice e o Major Danilo Rozo, respectivamente Comandante e Subcomandante do 11º Batalhão de Polícia Militar; o Coronel Sérgio Pastl, representando o Comandante-Geral da Brigada Militar; o Tenente-Coronel Edison Estivalete Bilhalva, representando o Chefe da Casa Militar; o Tenente-Coronel Altair de Freitas Cunha, Presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell apresentou dados da história do 11º Batalhão de Polícia Militar, fundado em mil novecentos e setenta e sete, abordando o papel desempenhado na defesa da vida e do patrimônio dos cidadãos porto-alegrenses. Também, destacou que atualmente essa instituição é responsável pelo policiamento ostensivo na Zona Norte da Cidade, citando projetos por ela executados, como o Programa Educacional de Resistência à Violência e às Drogas – PROERD. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen saudou o 11º Batalhão de Polícia Militar, afirmando que integridade, autoridade, dedicação, profissionalismo e justiça são conceitos que integram o quotidiano dos que optam pelo exercício da carreira militar. Ainda, analisou a importância do envolvimento comunitário e do compromisso social como fórmulas eficazes para garantir o trabalho educativo e preventivo necessário à promoção da ordem e da segurança da população. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ervino Besson, asseverando que a Brigada Militar é motivo de orgulho para o povo gaúcho, avaliou a abrangência dos programas implementados por essa instituição, seja por meio de eventos educativos voltados à prevenção ou por ações diretas de combate à criminalidade. Nesse sentido, parabenizou os integrantes do 11º Batalhão de Polícia Militar pelo trabalho realizado na manutenção da segurança na Zona Norte da Cidade. Na ocasião, a Senhora Presidenta concedeu a palavra ao Tenente-Coronel Hildebrando Antonio Sanfelice que, em nome do 11º Batalhão de Polícia Militar, agradeceu a homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e cinqüenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Nilo Santos exaltou o Executivo Municipal, relatando ações desenvolvidas pelo Governo José Fogaça, como a expansão da rede pública de inclusão digital, a construção de habitações populares, o atendimento de moradores de rua pela Fundação de Assistência Social e Cidadania, a pavimentação de ruas no Bairro Centro e as soluções encontradas para enfrentar os furtos de fiação da rede elétrica. O Vereador Dr. Raul reportou-se às obras de revitalização da Praça Nações Unidas, no Bairro Petrópolis, e frisou a importância da integração entre as Secretarias Municipais e a população. Também, defendeu a municipalização efetiva das unidades ligadas ao Centro de Saúde Escola Murialdo e anunciou o início, amanhã, do Fórum de Planejamento Familiar, neste Legislativo. Finalizando, expressou sua preocupação com a ocorrência de casos de dengue no Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha comemorou a vitória alcançada pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, que conquistou o Campeonato Gaúcho em partida realizada ontem, contra o Esporte Clube Juventude. Em relação ao assunto, relembrou as comemorações dos torcedores depois do jogo, manifestando sua afeição pelo Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e a sua esperança de que essa equipe participe do Campeonato Mundial de Clubes, no Japão. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Marcelo Danéris asseverou que durante a atual administração diminuíram os recursos destinados no Orçamento Municipal de Porto Alegre às áreas de habitação, saúde, educação e aos Programas Fome Zero e de Orçamento Participativo. Igualmente, denunciou deficiências na manutenção da iluminação pública, da sinalização viária, dos Telecentros e das cozinhas comunitárias e apontou irregularidades no Edital de licitação para a permissão de uso parcial do Auditório Araújo Viana. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Dr. Goulart lembrou que o atendimento hospitalar de emergências psiquiátricas está previsto em Lei, enfatizando que a diminuição no número de vagas destinadas a essa finalidade, nos hospitais públicos, dificulta o oferecimento desse serviço. Sobre o tema, esclareceu que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre tem de contratar internações em hospitais particulares para compensar a carência de leitos psiquiátricos públicos. A Vereadora Clênia Maranhão discursou sobre a reforma do Mercado Público de Porto Alegre e destacou a relevância das atividades culturais e econômicas ali desenvolvidas. Ainda, elogiou a construção de moradias populares na Cidade e noticiou a entrega de matrículas de regularização fundiária para moradores da Vila São Martinho. Finalizando, advertiu que o fechamento de hospitais no interior do Estado sobrecarrega o atendimento em saúde pública na Cidade. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/07, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Márcio Bins Ely, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell e Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 027/07; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 014, 029 e 039/07, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Carlos Todeschini, o Projeto de Resolução 039/07. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, A Vereadora Maristela Maffei debateu questões relativas ao atendimento médico na Cidade, afirmando haver problemas de falta de condições materiais e humanas em Postos de Saúde localizados no Bairro Lomba do Pinheiro. Nesse sentido, protestou contra os entraves burocráticos que dificultam a liberação de verbas públicas destinadas ao melhoramento desses Postos, informando que irá solicitar a ajuda de Comissões Permanentes deste Legislativo, com a finalidade de solucionar essas pendências. O Vereador Adeli Sell discursou a respeito da importância dos debates políticos realizados neste Legislativo, declarando que os problemas denunciados pelos Partidos que fazem oposição ao atual Governo da Cidade não são devidamente respondidos pelo Executivo Municipal. Sobre o tema, justificou que Pedidos de Providência e de Informações, encaminhados ao Prefeito, não têm recebido resposta no prazo adequado e criticou, ainda, a forma como o Programa de Orçamento Participativo vem sendo conduzido em Porto Alegre. O Vereador João Antonio Dib questionou as afirmações feitas anteriormente pelo Vereador Adeli Sell, em Comunicação de Líder, alegando que Sua Excelência poderia ajudar, de maneira efetiva, a resolver problemas que são denunciados em Plenário. Também, pronunciou-se sobre obras definidas pelo Programa de Orçamento Participativo durante o período em que o PT esteve à frente do Governo Municipal e que não foram concluídas no prazo determinado. A Vereadora Clênia Maranhão teceu considerações acerca do Programa de Segurança Alimentar do Município de Porto Alegre, afirmando que essa iniciativa não tem qualquer vinculação com o Programa Fome Zero, do Governo Federal. Nesse contexto, contraditou as políticas do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, sustentando que o Programa Fome Zero foi abandonado paulatinamente no Brasil e hoje em dia não atende às necessidades da população. Na ocasião, o Vereador Marcelo Danéris manifestou-se acerca do pronunciamento da Vereadora Clênia Maranhão, efetuado anteriormente em Comunicação de Líder, sobre o funcionamento do Programa Fome Zero no Município de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz comentou o evento chamado Dia da Solidariedade, realizado na Vila Asa Branca, que proporciona atendimento médico e serviços à comunidade. Também, reportou-se à demolição do Posto de Saúde que existia naquela região, defendendo ajustes no Orçamento do Município, que permitam a construção de um novo Posto de Saúde na Vila Asa Branca, sustentando que as necessidades da população estão acima de ideologias políticas. O Vereador Sebastião Melo aludiu às alterações que serão propostas pelo Executivo Municipal no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental e que serão encaminhadas para análise nesta Casa. Sobre o assunto, opinou que as discussões não devem se restringir apenas a mudanças nos parâmetros das construções dos prédios da Cidade, mas devem se aprofundar em questões como os loteamentos irregulares e a malha viária do Município. O Vereador Nereu D’Avila enfatizou que as alterações propostas para o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre por parte do Executivo Municipal estão sendo encaminhadas adequadamente, lembrando a relevância de que sejam melhor discutidos temas atinentes à ecologia e ao bem-estar da população como um todo. Ainda, apontou que as Audiências Públicas para debater o Plano Diretor são importantes, mas a decisão final sobre as alterações é de responsabilidade deste Legislativo. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Às dezesseis horas e cinqüenta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezoito horas e cinqüenta e três minutos, constatada a existência de quórum. Na oportunidade, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador João Antonio Dib, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca do prazo regimental para término da presente Sessão. Também, por solicitação do Vereador Mario Fraga, foi efetuada verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em Votação, foi votado o Projeto de Lei do Legislativo nº 077/06, o qual obteve cinco votos SIM e três ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maria Celeste, tendo votado Sim os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo e Márcio Bins Ely e a Vereadora Margarete Moraes e optado pela Abstenção os Vereadores Haroldo de Souza, João Antonio Dib e Mario Fraga, votação esta declarada nula pela Senhora Presidenta, em face da inexistência de quórum deliberativo. Em continuidade, foi apregoado o Memorando nº 102/07, firmado pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa que a Vereadora Sofia Cavedon se encontra representando externamente este Legislativo em reunião a ser realizada hoje, entre a Associação dos Supervisores de Educação do Estado do Rio Grande do Sul e o Presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação, em Brasília – DF. Às dezoito horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste, Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro e pelo Vereador João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Ricardo João Santin, Presidente do Instituto de Estudos Políticos Ildo Meneghetti, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para fazer a apresentação da entidade.

 

O SR. RICARDO JOÃO SANTIN: Exma Sra Presidenta em exercício do Poder Legislativo Municipal de Porto Alegre, Maristela Meneghetti; Exmos Srs. Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Newton Braga Rosa, um agradecimento especial por estar participando desta tribuna; excelentíssimos Srs. Vereadores e Sras Vereadoras de Porto Alegre; um agradecimento especial à Simone Della Bona e ao Francisco Ourique, que possibilitaram a utilização da tribuna; estimados alunos e professores da Escola do IEPIM; membros do Instituto Ildo Meneghetti; comunidade porto-alegrense; integrantes do 11º Batalhão da Brigada Militar, hoje homenageada, é uma honra muito grande poder utilizar a Tribuna Popular desta Casa e por isso parabenizo o Poder Legislativo de Porto Alegre por tão nobre iniciativa em permitir a participação direta da comunidade em seus trabalhos, em uma verdadeira manifestação de apreço à democracia.

O Instituto de Estudos Políticos Ildo Meneghetti, IEPIM, é vinculado ao Diretório Municipal do Partido Progressista de Porto Alegre, mas, além de sua atuação político-partidária, tem entre seus objetivos sociais o estímulo ao estudo das ciências políticas, econômicas e sociais. Criado recentemente por iniciativa do saudoso Hugo Mardini, com três anos e meio de existência e após a primeira gestão de Nelsi Noguez, em que se estruturou juridicamente e promoveu seminários de estudos políticos, agora oferece à comunidade porto-alegrense, com apoio das Fundações Milton Campos e Tarso Dutra, uma Escola de Estudos Políticos. A Escola de Estudos Políticos Ildo Meneghetti, que leva o nome do nosso patrono, duas vezes Prefeito de Porto Alegre e duas vezes Governador do Rio Grande do Sul, tem como objetivo oferecer aos associados do IEPIM e à comunidade porto-alegrense a possibilidade de construção e de conhecimentos no campo da política, do trato com o público, da legislação, da administração pública e de caráter pessoal e humanista. Nessa linha, com verba destinada pela Fundação Milton Campos, através do seu Presidente Francisco Turra e apoio material ao Diretório Municipal do PP de Porto Alegre, por seu Presidente Tarso Boelter, mas com total independência de propósitos e atuação em prol da comunidade em geral, constituiu-se o Curso de Assessoramento em Relações Políticas, buscando capacitar e aprimorar a força de trabalho auxiliar daqueles que operam diretamente com a política, além do aprimoramento de agentes sociais que trabalham em seus espaços locais com exercício de liderança e atuação na busca do bem comum. 

A intenção do IEPIM, através da Escola de Estudos Políticos Ildo Meneghetti, é disponibilizar um canal de construção de conhecimentos técnico-humanistas para aqueles que já estão envolvidos ou que pretendem atuar na política, seja como atores diretos ou por assessoramento de líderes, como também para o próprio exercício de liderança na criação e implementação de projetos e políticas públicas que tragam bem-estar social.

Para tanto, a grade curricular proposta e que está sendo executada contempla as seguintes disciplinas: Ciência Política; Direito Eleitoral; Direito Administrativo; Introdução ao Direito Constitucional; Crimes na Administração Pública; Comportamento Humano na Política; Filosofia; Sociologia; Ética; Direitos Humanos e Cidadania; Doutrina Política; Português; Introdução à Economia; Controle Interno; Orçamento e Contabilidade Pública; Marketing; Relações com a Mídia; Propaganda Eleitoral; Dicção e Oratória; Elementos de Qualidade Total e outras atividades extracurriculares.

O Curso de Assessoramento em Relações Políticas, que tem duração prevista de três meses, com aulas nas terças, quartas e quintas-feiras, à noite, com aproximadamente 140 horas/aula, é gratuito em virtude da participação financeira de Fundação Milton Campos e empresas privadas, além de doações particulares.

Motivo de orgulho e prova da qualidade do curso oferecido é o corpo docente composto por cinco doutores, quatro mestres e professores de renomado saber em suas respectivas áreas de atuação. São eles os doutores Hermílio Santos, Cármen Handel, Leo Rodrigues, Gabriela Freitas e Ricardo Hermany; os mestres Gustavo Paim, Miguel Santin, Simone Messias e Miguel Wedy; e os professores Percival Pugina, Paulo Döering, Ana Tasca, Valtuir Nunes, Ana Lúcia Siqueira, Tânia Moreira, Cleber Benvegnú e Fábio Bernardi.

Também seu corpo discente atual é motivo de orgulho tanto pela atenção como pela capacidade de seus alunos.

A Escola conta com sede própria, composta de uma sala de aula climatizada, uma secretaria e uma biblioteca com espaço para leitura e acesso à internet on-line, 24 horas, que se encontra à disposição da população de Porto Alegre.

Em resumo, o que se pretende com essa iniciativa é principiar um círculo virtuoso de qualificação política através da educação, provocando tanto para os outros partidos políticos como para as outras entidades similares a intenção de também oferecer cursos e escolas paradigmáticas regulares, que venham a melhorar o nível da nossa política e, por conseqüência, de nossas vidas. Pois é somente através da boa política representativa, democrática e cidadã que poderemos modificar o estado de coisas vigentes, enfrentando as desigualdades e injustiças sociais, cujas mazelas não têm coloração partidária e carecem de soluções urgentes e políticas públicas inclusivas que tragam paz para toda a sociedade.

Não é só o planeta e o meio ambiente que sofrem terrivelmente com os modelos sociais, políticos e econômicos hoje instalados, mas, principalmente, o tecido social de nossas comunas que está permeado de crimes, drogas, exploração e tantas outras injustiças que nos trazem a insegurança não só no presente, mas, especialmente, com relação ao nosso futuro e de nossos filhos.

E não existe outra maneira de superar tais problemas que não seja através da prática da boa política republicana, democrática e com participação popular. Como disse, certa feita, Ildo Meneghetti (Lê.): “O respeito mútuo é indispensável para alcançar-se o diálogo necessário para superar os problemas que afligem o nosso País”. Com essa perspectiva é que a Escola de Estudos Políticos Ildo Meneghetti se coloca à disposição da comunidade de Porto Alegre, para dialogar sobre os problemas da nossa sociedade e auxiliar na busca de soluções através da Educação.

Na solenidade de inauguração da Escola, utilizei uma citação de Mahatma Gandhi, que ouso repetir pela pertinência de tão sábias palavras. Disse o grande mestre: “Que cada um se torne a mudança que deseja ver no mundo”. Nós, do IEPIM, queremos uma vida melhor para todos e pretendemos com o oferecimento desta Escola, embora minimamente, estar colaborando para isso. Que Deus abençoe, trazendo paz e bem a todos. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Neuza Canabarro assume a presidência.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Convidamos o Sr. Ricardo João Santin para fazer parte da Mesa.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidenta Neuza Canabarro, em nome da Bancada do Partido Progressista, da qual pertenço e, também, dos ilustres Vereadores João Antônio Dib e Newton Braga Rosa, dou as boas-vindas ao Presidente Ricardo João Santin, do Instituto de Estudos Políticos Ildo Meneghetti.

Realmente, Dr. Ricardo Santin, é importante que o Instituto venha cumprir os seus objetivos de formação política. Recentemente, esta Casa vivenciou um Seminário de Reforma Política, e, num dos painéis, em que tive a honra de ser um dos coordenadores, o nosso Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, nos informou que foi feita uma pesquisa, e uma das perguntas era se a política era importante na vida das pessoas. Tristemente, 99,5% da população disse que a política não é importante. Ora, nós sabemos que pela política passa toda a nossa sociedade, e a política é a única forma de nós construirmos uma sociedade melhor; e o Papa João Paulo II já nos dizia que a política é a melhor forma de caridade, ou seja, de amar. Então eu quero cumprimentar esta Entidade por esses cursos de formação política que farão com que melhore o pensamento dos nossos eleitores, da nossa população, e saberá, também, escolher melhor os seus dirigentes. Então, em nome da Bancada do Partido Progressista - em meu nome, em nome do Ver. João Antonio Dib, e do Ver. Newton Braga Rosa -, sejam muito bem-vindos; e votos de sucesso nessa benemérita empreitada.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Vereador.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssima Sra Vereadora Neuza Canabarro, neste momento presidindo a Sessão da Câmara, quero cumprimentar o Presidente do Instituto de Estudos Políticos Ildo Meneghetti, Sr. Ricardo João Santin, e falo em nome do Democratas. Quero parabenizar essa feliz iniciativa, pois, neste contexto político atual por que passa este País, nós precisaríamos de muitos institutos, de institutos sérios, que representassem, de uma forma adequada, a grandiosidade do nosso País. Que tenhamos, através desses institutos, principalmente do Instituto Ildo Meneghetti, pelo que esse patrono representou e representa nos dias de hoje, um aprofundamento, para que tenhamos uma política mais voltada às nossas convicções, aos nossos ideais e menos à ocupação de cargos na política brasileira. Então eu quero desejar ao senhor, a esse Instituto, sucesso, que, com certeza, virá para o bem do nosso Brasil e de todos os nossos filhos. Muito obrigado, e parabéns. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Muito obrigado, Ver. José Ismael Heinen.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Falo em nome do Ver. Luiz Braz e em meu nome; queria saudar a presença do Dr. Ricardo João Santin, do Instituto de Estudos Políticos Ildo Meneghetti, extraordinário patrono desse Instituto. Quando o senhor apresenta aqui essa entidade, nós queremos lembrar a sua importância, quando o nosso País é regido ainda pelo elogio à ignorância. É muito importante o político brasileiro ser completamente despreparado, pois aí ele galga os maiores postos da Nação. Este elogio é um elogio público, um elogio em que nós sabemos o quanto de falácia existe, na medida em que o que liberta o ser humano é o conhecimento. O que faz com que haja uma esperança e um progresso no ser humano é a sua trilha em direção ao conhecimento. Nós sabemos que uma mulher, quando cuida de seus filhos, tem como prognóstico a sua escolaridade. Numa mulher com escolaridade pressupõe-se filho com saúde; numa mulher sem escolaridade é filho com risco, como afirma um trabalho já defendido como tese acadêmica em universidades de todos continentes.

Por fim, gostaria de lhe dizer que os políticos, a política não está em jogo; o que está em jogo é a forma de se fazer política, como afirmou o futuro presidente da França, Sarkozy. Mas nós achamos que existe muita gente boa fazendo boa política neste País. Os que não fazem, aos poucos, vão sendo banidos da cena política, na medida em que o mal eternamente vai vencer o bem. No Brasil, tem que ser exatamente o contrário, o bem deve vencer o mal, porque acreditamos nas próximas gerações, porque acreditamos neste País imenso. Meus parabéns pelo seu trabalho, pela iniciativa e pelo brilho do patrono.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Claudio Sebenelo.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel, nossos cumprimentos; nossos cumprimentos ao Dr. Ricardo João Santin, Presidente da Fundação Ildo Meneghetti. Quero cumprimentar todos os progressistas, desejar-lhes vida longa, e dizer que esse é o caminho, o caminho é o aperfeiçoamento do homem. Todos os Partidos que se preocupam com a formação política dos seus militantes estarão, certamente, se preocupando com a formação política do povo de um modo geral. Eu falo em nome da Bancada do PMDB, composta pelo Ver. Sebastião Melo, Haroldo de Souza, Dr. Raul e este que lhes fala. Nossos cumprimentos e, mais uma vez, saúde e paz, como diz o nosso Líder aqui, João Antonio Dib, grande progressista.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Bernardino Vendruscolo.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. NEUZA CANABARO: Sr. Ricardo João Santin, Presidente do Instituto de Estudos Políticos Ildo Meneghetti; em nome da Bancada do PDT, nós queremos cumprimentá-lo, uma vez que consideramos da maior importância, dentro de cada Partido político, que se tenha um órgão de estudos que aprofunde as ideologias partidárias. Nós sabemos que o Brasil passa, neste momento, por uma crise de identidade, e isso se deve principalmente à falta de conhecimento mais aprofundado. Em nome dos Vereadores Nereu D’Avila, Márcio Bins Ely, Mario Fraga e Ervino Besson, queremos cumprimentá-lo e desejar que o senhor continue com esse trabalho maravilhoso, para preparar os jovens que, no futuro, tomarão as rédeas do destino do Brasil, do Rio Grande e de Porto Alegre. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Nedel; minha cara Verª Maristela Meneghetti; Sr. Ricardo João Santin, Presidente do Instituto de Estudos Políticos Ildo Meneghetti; em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, queremos cumprimentá-lo pelas atividades do Instituto e queremos salientar o quanto é importante que os Partidos políticos tenham as suas instituições de estudo e de pesquisa, como nós, do Partido dos Trabalhadores, em nível nacional, temos a Fundação Perseu Abramo. Que bom se todos os Partidos políticos, efetivamente, discutissem todos os temas da política cotidiana, da história passada e recente do País! Sem dúvida nenhuma, nós teríamos maior qualificação nos Executivos e nos Parlamentos, e, por via de conseqüência, na sociedade. Parabéns, obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nós não precisamos ser adivinhos para compreender a indefinição de identidade neste momento que nós vivemos na sociedade. Eu acho que a principal questão não é o rumo que tu, eu ou outras pessoas vamos tomar, mas quais as definições e os aprofundamentos em relação à história da humanidade, às relações internacionais, às definições ideológicas, porque elas existem, sim, e isso não faz mal nenhum, pelo contrário.

Portanto, considero importante para todos nós nesta Casa a sua vinda aqui como uma definição ideológica, como conteúdo programático, para poder ajudar a formar opinião entre aqueles que se encontram numa parte importante da sociedade. Assim o fizemos enquanto campo de esquerda, em que temos um perfil ideológico definido, e eu espero que aqueles que ficam no meio também busquem a sua identidade, porque é muito importante para a saúde democrática dos Partidos e da nossa sociedade. Meu parabéns, e sejam sempre muito bem-vindos à Casa do Povo.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Não há mais Bancadas inscritas. Agradecemos ao Dr. Ricardo João Santin pela visita, Presidente do Instituto de Estudos Políticos Ildo Meneghetti. Seja muito bem-vindo a esta Casa, Presidente.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h27min.)

 

(A Verª Maristela Meneghetti assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti – às 14h28min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. ADELI SELL (Requerimento): Sra Presidenta, solicito a inversão da ordem dos trabalhos para que possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações para homenagear o 11º BPM.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 40º aniversário do 11º Batalhão da Brigada Militar, proposto pelo Ver. Adeli Sell.

Convidamos para compor a Mesa: Tenente-Coronel Hildebrando Sanfelice, Comandante do 11º BPM; Major Danilo Rozo, Subcomandante do 11º BPM; Coronel Sérgio Pastl, representante do Comandante-Geral da Brigada Militar; Tenente-Coronel Edison Estivalete Brilhalva, representante do Chefe da Casa Militar; e Tenente-Coronel Altair de Freitas Cunha, Presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu gostaria de, rapidamente, tomar um pouco do tempo dos senhores para falar da história do 11º BPM, que ontem comemorou 40 anos.

O 11º BPM começou com a denominação de Companhia de Policiamento Rádio Motorizado - Cia PRM -, em substituição à antiga Divisão Rádio Patrulha. A Cia PRM começou a funcionar com 11 viaturas Rural Willys, oriundas da unidade do interior do Estado, todas equipadas com rádio transmissor-receptor, fazendo uma estação de Comando no Quartel General da Brigada Militar. Em 12 de maio de 1970, é transformado em Batalhão de Polícia Rádio Motorizado, com sede em Porto Alegre. Em 13 de agosto de 1974, passa a se denominar 11o Batalhão da Polícia Militar. A partir de 1986, visando a melhor atender aos apelos da comunidade e proporcionar maior segurança à população, o 11º BPM iniciou a descentralização do efetivo dentro da sua área de ação.

O 11o BPM tem como missão a execução das atividades de polícia ostensiva na Zona Norte de Porto Alegre, incumbindo-lhe a segurança, a proteção à vida e ao patrimônio da comunidade dos 23 bairros sob sua responsabilidade territorial - repito, 23 bairros sob sua responsabilidade territorial. Na área atendida pelo 11º BPM estão sediados, além de grandes concentrações industriais e comerciais, 90 estabelecimentos de ensino fundamental ao superior; 11 hospitais, incluindo o Complexo Hospitalar Conceição e Cristo Redentor; mais de 100 estabelecimentos bancários; 70 postos de combustíveis e lubrificantes; 70 farmácias; 30 supermercados de médio e grande porte e quatro shopping centers. O Aeroporto Internacional Salgado Filho e o símbolo da Cidade, o Monumento ao Laçador, também estão sob o comando, o olhar atento do 11º BPM.

O 11º BPM foi o pioneiro ao implantar o Proerd - Programa Educacional de Resistência à Violência e às Drogas -, consolidando a integração comunitária que é uma referência na corporação em todo o Estado do Rio Grande do Sul. Para cumprir de forma satisfatória com sua missão, o Batalhão conta com a parceria imprescindível da comunidade. Trinta Oficiais já exerceram o Comando do Batalhão “Coronel Farrapos”, que tem na letra da sua canção, o desígnio de ser “o guardião do bem-estar”. O patrono, que designa o nome da Unidade é o Cel. Farrapos e seu Comandante atual, como já disse, é o Tenente-Coronel Hildebrando Sanfelice, tendo como seu Subcomandante, o Major Rozo.

Senhoras e senhores, é muito importante que nós façamos uma referência histórica ao 11º BPM: como ele foi construído; as dificuldades; como o mundo era diferente. Lembram que eu citei aqui que começou com o Rural Willis, hoje a realidade é outra. Não são mais suficientes os seus atuais equipamentos, os seus atuais automóveis, nós precisamos, sim, fazer deste ato, hoje, também uma solidariedade, uma busca e o compromisso que esta Casa tem em melhorar as condições da nossa Brigada Militar. Esperamos que a reunião que houve entre o Governo do Estado, seu nobre Secretário Mallmann, e o Ministro Tarso Genro nós consigamos as verbas necessárias para fazer da Brigada Militar uma brilhante corporação que hoje dignifica o Estado do Rio Grande do Sul.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, queremos cumprimentá-lo pela iniciativa, e aproveitar para cumprimentar o 11º BPM, extensivo a toda a Brigada Militar, caro Cel. Estivaleto, que tem prestado um relevante serviço ao povo do Rio Grande. Mais uma vez, Ver. Adeli Sell, falo em nome da Bancada do PMDB, composta pelo Ver. Sebastião Melo, Haroldo de Souza, Dr. Raul, somando-se a esta sua iniciativa. Parabéns.

 

O SR. ADELI SELL: Nosso tempo é pouco, meus caros Coronéis, Oficiais, componentes do 11º BPM, mas este pequeno gesto que nós estamos fazendo hoje, aqui, é para marcar o compromisso da Casa do Povo com os 40 anos de história do 11º BPM com a história da Brigada Militar. Em qualquer momento V. Sas têm, aqui, representantes do povo de Porto Alegre que estarão marchando juntos para que continuem dando a segurança para esta importante Região, que vai do Aeroporto, no Humaitá, chegando até o Jardim Botânico. São tantas as instituições que V. Sas têm sob sua responsabilidade, que nós sabemos que é um fardo muito pesado, mas se nós pudermos ajudar a carregar esse fardo, eu tenho certeza de que todos nós faremos isso, conjuntamente.

Vida longa ao 11º BPM! Viva a Brigada Militar! Viva o trabalho comunitário! É assim que se faz Segurança pública num Estado que tanto necessita do trabalho de vocês. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Sra Presidenta desta Casa, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com muita honra e satisfação - e não poderia ser diferente - que participo desta homenagem que comemora os 40 anos desse glorioso Batalhão. Certamente, Ver. Adeli Sell, proponente desta justa homenagem, haverá de falar o meu coração, pelo simples fato de a minha origem ter muito a ver com esses irmãos de farda, pois hoje sou Tenente da reserva do Exército Brasileiro.

A minha homenagem é para todos esses bravos brigadianos, Sr. Comandante, que zelam pela ordem pública e pela segurança de todos os cidadãos brasileiros. No caso específico do 11º Batalhão de Polícia Militar, sua missão destina-se à execução das atividades de policiamento ostensivo da Zona Norte da nossa Porto Alegre. Esse é um grande desafio a esses heróis anônimos que transitam pela nossa Cidade, fazendo da proteção ao próximo o seu ofício. São a verdadeira expressão da coragem e galhardia na segurança, na proteção à vida e ao patrimônio da comunidade que está sob sua responsabilidade territorial.

Gostaria de dizer que considero a missão de vós outros, excelências, soldados da Brigada, bem como todos os agentes de segurança pública, quase como divina, pois muitas vezes sacrificam sua própria vida para garantir a proteção e o bem-estar do cidadão indefeso. Quantas vezes, no combate ao crime organizado e à violência, que cada vez mais assolam a nossa sociedade, chegam ao limite do sacrifício humano, banindo vidas para defender nossa sociedade, para manter a nossa liberdade, o nosso direito de ir e vir com segurança. Há erro, sim, sois humanos, como ocorre em qualquer exercício profissional, mas certamente, se analisarmos as estatísticas, constataremos que os desacertos são em número irrisório se comparados às missões vitoriosas no resgate da ordem e da segurança social. Em relação a esses eventuais erros - concepção minha -, muito mais culpados do que de repente a desatenção dos nossos agentes de segurança pública somos nós, sociedade responsável pelo treinamento, pela formação e principalmente pelo equipamento necessário a que cada um possa desincumbir com sua missão.

A disciplina, os valores que fazem parte da formação dessa Polícia Militar, bem como o treinamento técnico, físico e psicológico é que fazem com que esta Corporação demonstre competência e eficácia na sua heróica atuação na comunidade. São valores cultuados e vivenciados no dia-a-dia da caserna: integridade, probidade, hierarquia, dedicação, respeito, justiça, profissionalismo, camaradagem e autoridade, valores que constroem o caráter desses destemidos guardiões da segurança gaúcha.

Gostaria de parabenizar o 11º Batalhão de Polícia pelo seu crescente envolvimento com o compromisso social em relação à comunidade que atende. Acredito que não há como promover segurança sem a confiança de quem se deve proteger. O Batalhão Coronel Farrapos conta com a parceria imprescindível e participativa da Zona Norte. Louvo a iniciativa dessa Corporação, Sr. Comandante, que vai além da promoção da ordem pública; ela aposta na integração com a comunidade, sendo a Unidade pioneira a implantar o Proerd - Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, que atua nas escolas da região, fazendo um trabalho educativo junto ao jovem e às famílias, para combater uma das grandes causas da criminalidade: as drogas. Que possamos sonhar, pois considero o sonho uma premissa à realização de um ideal! Portanto, sonhemos com um País mais justo e igualitário, com gerações conscientes da sua responsabilidade de cidadãos na construção de um Brasil que se orgulhe da dignidade e soberania de seu povo. Sonhemos com uma Brigada gigante, na qual o soldado da Polícia Militar tenha uma remuneração digna, tenha direitos iguais aos de qualquer cidadão brasileiro, como, por exemplo, o direito ao vale-transporte. Que a Brigada seja bem preparada e usufrua de uma estrutura para combater, com tecnologia de ponta, o crime organizado. Sonhemos também com respeito irrestrito da opinião pública, que muitas vezes não compreende suas ações com a punição daqueles que mancham a honra da corporação, e com a valorização do Poder Público a essa nobre profissão, que tem como base o exercício diário da solidariedade e do altruísmo.

Para finalizar, quero também parabenizar todas as famílias desses intrépidos guardiões da lei, que lhes dão suporte e motivação, mas que, ao mesmo tempo, unem-se em preces para que voltem, todos os dias, sãos e salvos, para o aconchego dos seus lares.

Parabéns, Ver. Adeli Sell! Parabéns a esse guardião do bem-estar, nosso 11º Batalhão da Polícia Militar, um dos orgulhos da comunidade porto-alegrense. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada ao Ver. Ismael.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Neuza Canabarro.

 

O SR. ERVINO BESSON: Exma Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu agradeço, de uma forma muito cordial e carinhosa, à Verª Neuza, minha querida colega, que estava inscrita no período de Comunicações, e cedeu o seu tempo para que este Vereador falasse em nome da Bancada do PDT, em nome da Verª Neuza, do Ver. Márcio, do Ver. Mario Fraga e do Ver. Nereu D’Avila.

Se há momentos muito especiais nesta Casa, para nós, Vereadores e Vereadoras, este é um deles, ou seja, o de prestamos uma homenagem à nossa gloriosa Brigada Militar, e incluo na homenagem todos os oficiais, sargentos, cabos e soldados. Acho que nós, gaúchos, temos que nos orgulhar muito de termos uma polícia de elite e com a competência da nossa gloriosa Brigada Militar. A Brigada Militar, além de prestar esse relevante trabalho social para a nossa segurança, ainda possui pessoas preparadas, dando palestras nas escolas e na comunidade.

E, vejam V. Exas, quando a Cidade se prepara para o período de férias, a Brigada Militar se prepara para dar segurança aos veranistas. Quando há um grande evento para o divertimento das pessoas, para o lazer das pessoas - e cito os jogos de futebol e outros tantos -, a Brigada Militar se prepara para dar segurança ao nosso povo. Esse é o trabalho da nossa Brigada Militar, esse é um trabalho que nos orgulha! E, com essa insegurança em que vivemos hoje, uma insegurança que nos preocupa muito, Graças a Deus, meu caro Ver. Adeli, nós temos a nossa gloriosa Brigada Militar, que presta um heróico e um relevante trabalho.

Nesse fim de semana, nós tivemos uma reunião na comunidade, e, sempre que há uma reunião, um assunto que sempre vem à tona é a segurança, apesar de não estar na pauta. Enfim, sobre esse problema social que eu acho que o mundo todo está vivendo, sempre há alguma pessoa da comunidade que se levanta, meu caro Comandante, para relatar e destacar o trabalho da nossa Brigada Militar. Isso nos gratifica, isso é extremamente importante, é um reconhecimento que a Brigada tem na comunidade pelo relevante trabalho que presta. E nós, que temos esse convívio, não digo diariamente, mas semanalmente, junto com pessoas ligadas à Brigada Militar, levando os problemas e, muitas vezes, pedindo socorro, nos sentimos gratificados.

Por que digo isto? Porque ouvimos da comunidade, ouvimos das pessoas sobre a confiança que sentem, o carinho que sentem e a gratidão que essas pessoas têm para com a nossa Brigada Militar. E a comunidade sabe perfeitamente as dificuldades que a Brigada Militar enfrenta pela falta de recursos, a começar pela falta de viaturas.

Mas, enfim, estão aí os nossos heróis brigadianos, pessoas preparadas, que levam no seu peito, na sua alma, no seu coração, a responsabilidade de dar segurança ao nosso povo.

Caros comandantes, ficam aqui o nosso reconhecimento, o nosso agradecimento e a nossa gratidão. Que os senhores levem aos seus comandados esse reconhecimento.

Com o trabalho que vocês desenvolvem vocês conseguem, muitas vezes, fazer alguns milagres. Que Deus sempre acompanhe vocês, protegendo-os, porque vocês são seres humanos, vocês têm famílias e também sentem dores.

Finalmente, mais uma vez, o nosso reconhecimento e o nosso agradecimento a vocês. Um abraço a todos. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Tenente-Coronel Hildebrando Sanfelice, Comandante do 11º BPM, está com a palavra.

 

O SR. HILDEBRANDO SANFELICE: Sra Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sou o Comandante do 11º BPM, senhoras, senhores, ilustre Ver. Adeli Sell, proponente deste ato. As nossas palavras são simples, como simples são nossas ações, que são sempre no sentido de agradecer, agradecer a esta Casa pelo reconhecimento que faz, hoje, e, assim o fazendo, os senhores, que são os dignos representantes do povo da Capital, também o fazem em nome desse povo.

Então, nós nos sentimos orgulhosos, como integrantes do 11º BPM, de poder receber o reconhecimento da comunidade gaúcha pelo trabalho que nós fazemos no dia-a-dia.

Este Batalhão, que há 40 anos foi criado, tem na sua essência o pendor de ser um batalhão comunitário; nasceu na comunidade, e o trabalho que nós fazemos no dia-a-dia, os oficiais e praças que aqui estão e os que não puderam estar presentes, é sempre no sentido de estarmos juntos com a comunidade e sermos, dessa comunidade o verdadeiro guardião do bem-estar. Obrigado a todos. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Agradecemos a presença das senhoras e dos senhores, e damos por encerrada esta homenagem. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h53min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneguetti – às 14h56min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações. (Pausa.)

O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. NILO SANTOS: Exma Sra Vereadora Maristela, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste e público em geral, nesta tarde, venho a esta tribuna, no Período de Comunicações, para falar um pouquinho sobre o que nós temos visto na Cidade de Porto Alegre. Nós estamos há aproximadamente 800 dias nesta Administração do Prefeito Fogaça, e nós temos visto um comparativo que vem sendo feito quase que diariamente sobre as ações do antigo Governo com relação às ações do atual Governo. E eu notei alguma dificuldade, Senhores e Senhoras, em conseguir montar um comparativo de um Governo que ficou praticamente 6 mil dias, contra outro que está há aproximadamente 800 dias. É muito difícil comparar! Não tem como comparar 800 dias com 6 mil dias. Fica complicado para mim, fica complicado para qualquer pessoa comparar.

Uma das maiores virtudes deste Governo, do qual, com muita honra, o meu Partido faz parte, em que temos também a Vice-Prefeitura, que pertence ao Partido Trabalhista Brasileiro, e nós nos sentimos honrados quando percebemos isso, é que o atual Governo está preocupado em fazer uma autocrítica para ver o que está errado, para ver onde precisa avançar, para ver o que precisa corrigir, onde precisa fazer os recuos necessários. Não é um Governo vaidoso, pelo contrário, é um Governo muito aberto, muito simples, muito acessível e, nesta tarde, então, gostaria de registrar aqui essa virtude do atual Governo: um Governo que conversa, um Governo em que os seus Secretários estão sempre disponíveis. E também quero deixar clara a posição do Partido Trabalhista Brasileiro, que se sente muito honrado em ter a Vice-Prefeitura. Honrados, também, com o trabalho dos nossos Secretários do Partido Trabalhista Brasileiro; os nossos Secretários vêm fazendo um trabalho exemplar, preocupando-se em ouvir, preocupando-se em nos mandar informações, preocupando-se em montar projetos, preocupando-se em avançar, porque é tempo de avançar. Temos muitas ações dentro da Procempa; temos, hoje, uma internet que chega pela rede elétrica ao bairro Restinga - isso se chama evolução, isso se chama avanço, isso se chama modernidade, isso se chama preocupação com as pessoas que moram em um bairro tão distante como é o bairro Restinga. Nós temos ações hoje dentro do DEMHAB; na área da habitação, o Departamento Municipal de Habitação tem sido exemplo para todo o País, erguendo casas, possibilitando um futuro melhor para as famílias, um lugar de segurança, de proteção. Também temos dentro da FASC um movimento, estamos vivendo um movimento enorme dentro da FASC para a retirada dos moradores da rua. Temos tantas ações que estão sendo feitas dentro da SMOV, e, como disse aquele senhor que trabalha no centro e que há oito anos não via um trabalho na rua dele: o Centro está sendo invadido, caminhões de asfalto estão dando qualidade de vida - até para diminuir a preocupação de alguns Vereadores no sentido de que a SMOV não vem fazendo nada. Estão roubando cabos em Porto Alegre e, mesmo assim, a SMOV está conseguindo sanar esse problema de falta de iluminação. A cada semana aparecem novos pontos escuros em Porto Alegre, mas a reposição está sendo feita o mais rápido possível. Muito obrigado, Sra Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Nilo Santos.

O Vereador Dr. Raul está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. DR. RAUL: Sra Vereadora Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; aqueles que nos assistem através da TVCâmara e aqui nas galerias; eu venho à tribuna, neste Período de Comunicações, em primeiro lugar para referir e saudar o que vi, nesse sábado, na Praça das Nações Unidas, no bairro Petrópolis, onde, através de uma iniciativa da comunidade, da sua associação, da integração entre as pessoas que lá moram com a Administração do Governo Fogaça, enfim, com as Secretarias, foi feito um trabalho de forma transversal que contemplou a SMOV, a SMAM, a Segurança e o pessoal da Associação Conviver é Melhor. Como ficou melhor aquele ambiente, como a praça ficou melhor! Inclusive agora lá vai ser feita uma cancha de bocha coberta. Enfim, vê-se que as coisas trabalhadas com solidariedade e com a participação da comunidade realmente dão esse toque da governança, o qual eu tive a honra de presenciar e ver a satisfação daquelas pessoas que lá se encontravam.

Um outro assunto que me traz aqui é esse alerta da dengue. Todos nós devemos estar, realmente, preocupados com esse assunto, porque já existem mais de 20 casos sendo investigados em Porto Alegre. Essa situação tem que ser dita e falada para toda a comunidade, e não só dita e falada, mas que haja também uma proposta objetiva de cada um de nós, nos nossos ambientes, nos locais onde nós convivemos no sentido de fazer com que não tenhamos mais água parada visível, água parada nos locais básicos - que podem ser evitadas.

Porque, na realidade, o vírus já está no nosso Estado; o mosquito já existe e já se ouve falar em epidemias no Brasil. E nós, aqui, também estamos praticamente entrando numa fase em que uma epidemia pode ser instaurada, inclusive na Capital. Nesse sentido, nós já convocamos a COSMAM, no dia 15, para uma reunião onde deve vir o pessoal da Vigilância Sanitária para que traga um esclarecimento das medidas e das formas como isso está sendo conduzido na nossa Capital e também como isso está em nível de Estado, para que nós possamos, cada vez mais, nos integrar nesse processo e tentar eliminar a morbidade, e o fato de a epidemia estar aqui muito próxima a nós.

Uma outra questão que eu gostaria de salientar é em relação aos trabalhos que vêm sendo feitos por um grupo da Secretaria Estadual e da Secretaria Municipal de Saúde para a efetiva municipalização da região Leste da Cidade, do Centro de Saúde Escola Murialdo e das suas sete unidades de saúde, para que aquela comunidade seja melhor atendida, porque há um grande número de pessoas lá que tem dificuldade em encontrar o atendimento, e também para que os próprios universitários que estão lá, os residentes, tanto da área médica, como da área multidisciplinar - nutrição, fisioterapia, psicologia, odontologia - possam realmente ser contemplados com uma formação melhor, mais abrangente, e que haja um grupo maior lá trabalhando, e beneficiando, com isso, também, as questões da comunidade.

Também gostaria de salientar que amanhã vamos ter aqui, na Casa, o 1º Fórum de Planejamento Familiar, no Plenário Ana Terra, a partir das 19 horas, onde serão discutidas as políticas públicas e o planejamento familiar. Porque nós acreditamos que, na realidade, temos que ter uma prioridade absoluta na Saúde Pública do nosso País, do nosso Estado, da nossa Cidade, na área do planejamento familiar.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu querido Ver. Dr. Raul Fraga, eu queria cumprimentar V. Exa por essa batalha no planejamento familiar, coisa que eu não consegui nesses anos fazer, e V. Exa conseguiu. Quero dizer que estarei junto com V. Exa nessa semana de planejamento familiar, e o nosso gabinete estará sempre dando apoio ao gabinete de V. Exa para encaminharmos essa iniciativa necessária para a cidadã brasileira.

 

O SR. DR. RAUL: Quem bom! Com certeza nós, juntos, vamos contribuir muito nessa área.

Para finalizar, eu só queria também trazer para todos uma necessidade que eu vejo de realmente se trabalhar de forma transversal entre as Secretarias, porque a gente vê que as coisas acontecem melhor quando há esse entrosamento, quando há efetivamente essa disposição da comunidade, solidariamente, de atuar e buscar as suas necessidades junto às Secretarias e do Governo Municipal. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sra Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, hoje é um dia de muita motivação, de alegria e felicidade.

Eu volto aqui todo o filme do Campeonato Gaúcho, lembrando a estréia do Grêmio, em Cidreira, contra o São José, num dia de chuva, e a sua primeira vitória. Em Cidreira, estavam, além da Presidenta, os Vereadores Dr. Raul, Mario Fraga, Maria Luiza e Carlos Todeschini, eu disse: “O Grêmio vai ser campeão gaúcho!” E, graças a Deus, ontem conseguimos conquistar o Campeonato.

Lembro quando estava em Caxias do Sul e todos diziam que o Grêmio não tinha condições de fazer quatro gols no estádio Olímpico. Nós fizemos um grande jogo, com uma vitória de 4 a 0. E sei que poderíamos ter feito mais gols. No jogo em Caxias do Sul, contra o Juventude, que é um adversário difícil, empatamos em 3 a 3, com um gol aos 47 minutos.

Ontem, uma multidão de torcedores invadiu o estádio Olímpico. O jogo foi só emoção, só alegria! Lá das cadeiras eu assisti àquele gol fantástico do Tcheco e disse: “Eu quero 3 gols”. E os atletas nos deram quatro de presente. Foi bom demais!

Também quero citar a alegria do torcedor durante a volta olímpica. Foi uma verdadeira demonstração de grandeza, de paixão, de amor pelo Grêmio. Eu gosto muito de falar no Grêmio, porque sou um apaixonado por esse time, tenho esta mística pelo Grêmio, que nos leva a qualquer lugar onde ele estiver; eu estarei ao seu lado, sempre. Já estou preparando a minha ida ao Japão, e lá certamente o nosso Ver. Haroldo de Souza terá a oportunidade de narrar mais uma conquista do mundial, que será do Grêmio, pois agora somente nós temos oportunidade de ir para lá. Que venha o São Paulo quarta-feira, será mais uma festa!

Também quero falar da comemoração da vitória na Av. Goethe. Foi uma verdadeira demonstração de pessoas, torcedores - crianças, senhoras e senhores; era muita gente, muita gente mesmo. Começo a falar, e me dá vontade até de chorar, porque realmente o Grêmio proporciona essas coisas fantásticas para a gente que o ama.

Quero dizer que quarta-feira está chegando, faltam poucas horas para nós definitivamente conquistarmos o “tri” da Libertadores, que vai-nos oportunizar a ida ao Japão, onde estarei, porque quero testemunhar, de perto, esse bicampeonato mundial. Quero agradecer à minha Bancada, ao meu Líder, Ver. Dr. Goulart, que me permitiu falar do meu Grêmio, porque quando falo do Grêmio, faço por mim, não pelo PTB. Eu sou gremista, e o meu querido Líder até colorado é, com todo o respeito.  

Para concluir, Sra. Presidenta, quero dizer vindo para cá, há poucos minutos, alguns torcedores me pararam na sinaleira e disseram: “Brasinha, vamos ter Gre-Nal”. Mas como assim? “O Inter jogou com o Esportivo e o Grêmio jogou com o Juventude. Vai ter Gre-Nal, não é?” Eu disse que não, que eles estavam enganados. Quem sabe agora na Copa Brasil, no Brasileirão, teremos um Gre-Nal com qualidade, para levar a torcida, mas sem violência, sempre. Obrigado, senhores. Obrigado a todo mundo. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Alceu Brasinha. Parabéns ao seu Grêmio.

O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Sofia Cavedon.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; público que nos acompanha aqui e pela TV Câmara, quero aceitar o desafio do Ver. Nilo Santos, que esteve aqui falando que não tinha como comparar um governo de 16 anos - como foi o da Frente Popular - com o Governo Fogaça, de dois anos. É possível se fizermos uma comparação ano a ano; o total de 16 anos contra o total de dois anos não seria justo, é verdade, Ver. Nilo Santos. Mas vamos fazer por realizações, ano a ano, por média de realizações. E aí vamos ter uma surpresa. Eu fico pensando o que será que a Governança Fogaça apresentou para o PMDB nesta reunião do final de semana - talvez eles nem queiram mais que o Prefeito Fogaça se refilie ao PMDB -, porque na Habitação nós tínhamos uma média, Ver. Nilo Santos, de mil unidades habitacionais por ano; a média do Governo Fogaça é de quinhentas - caiu pela metade. Na Saúde nós tínhamos uma média de dez novos postos de saúde por ano; nos dois últimos anos foram fechados os dez postos de saúde, ou então estão funcionando precariamente. Isso sem falar do HPS, ou agora o Postão da Cruzeiro, e assim por diante - Ver. Dr. Goulart, que acompanha o tema da Saúde. Nas creches, nós tínhamos uma média, desde que foram feitos os convênios, de dez novas creches conveniadas por ano; hoje o Governo Fogaça anuncia que vai construir dez - vai construir! - para dois anos, digamos que a média seriam cinco - caiu pela metade. O Orçamento Participativo, nos dois últimos anos, teve 335 demandas; trinta foram atendidas, ou seja, 15 demandas por ano. Não dá nem para dizer que caiu pela metade, porque, praticamente, sumiu a execução de demandas do Orçamento Participativo.

A média de investimentos na Cidade, nos 16 anos em que nós fomos Governo, era de 150 milhões; a média, dita aqui pelo Secretário Municipal da Fazenda, é de 85 milhões - caiu quase pela metade.

Falar de iluminação pública, quem sabe da Av. Sertório, da Av. Farrapos, da Av. Protásio. Quem sabe se possa fazer um comparativo da limpeza, que nos acusavam, Ver. Todeschini, de pintar demais os meios-fios; hoje nem isso fazem, nem pintar o meio-fio pintam. Então, quanto à coleta seletiva do lixo, e assim por diante. Os telecentros fechados ou funcionando precariamente; nós constituímos os telecentros e nos últimos anos, depois da sua constituição, nos três ou quatro últimos anos, nós construímos mais de 30 telecentros; hoje, apenas 15 funcionam precariamente. E o Secretário diz que precisa dos 500 mil que o Governo Lula vai mandar para fazer funcionar, de novo, os telecentros. Por último, e mais triste para a Cidade, comparativamente, o Programa Fome Zero só funcionou, segundo o jornal Diário Gaúcho, até o ano de 2003, em 2004 foi o último biênio em que ele funcionou. Dali em diante, o Fome Zero não teve mais recursos. Em 2006, recebeu ridículos 20 mil reais. E a cozinha comunitária, tão propagandeada pela governança Fogaça nos comerciais de televisão, recebeu, no ano passado, 187 reais - não é mil, o ano inteiro. E o jornal Diário Gaúcho diz: “Cozinhas Comunitárias com panelas vazias”. Dá para fazer a comparação? Eu acho que já mostra bem a diferença de um governo para o outro. E vou mostrar ainda mais, que é o processo de privatização do Auditório Araújo Vianna, da análise do Edital. É gravíssima a situação deste Edital, que pretende privatizar o Auditório Araújo Vianna, porque, além de conceder por 10 anos o Araújo Vianna para a iniciativa privada, com direito a 75% dos dias do ano, o Edital prevê que, quem ganhar, tem um ano e meio para construir o Auditório Araújo Vianna, Verª Margarete Moraes. E, depois de inaugurado o Auditório Araújo Vianna, terá de trocar as cadeiras e o sistema de iluminação num prazo de dois anos, ou seja, três anos e meio depois de inaugurado o Auditório Araújo Vianna. Segundo o Edital da Prefeitura, é que o licitante-vencedor colocará as cadeiras e o sistema de iluminação. Já tratei, aqui, do cercamento, que prevê um cercamento com grades, com barras de concreto, pintadas de preto e com portões de correr e cadeado da marca Papaiz, Ver. Brasinha, sem respeitar o patrimônio histórico e sequer o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, porque não tem previsão e não tem autorização, e nem a Lei Municipal permite isso sem plebiscito. Ainda, no Edital, não tem nenhuma garantia que depois de 10 anos o licitante-vencedor vai entregar para a população de Porto Alegre o Auditório Araújo Vianna, em condições. Ao contrário, diz que ele usará como bem entender todo o mobiliário que utilizar durante esse prazo de 10 anos sem a necessidade de deixá-lo lá, para o Auditório Araújo Vianna; portanto, para o Poder Público e para a população de Porto Alegre. Esta é a Governança Fogaça; esta é a diferença.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.

Encerrado o período de Comunicações.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Grande Expediente, por cessão de tempo do Ver. Nilo Santos.

 

O SR. DR. GOULART: Sra Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; minha saudação; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nossos amigos, há alguns anos, um psicanalista, psicólogo, psiquiatra italiano resolveu fazer mais uma das modernizações de uma esquerda descomprometida com o povo, porque a esquerda real é comprometida com o povo! Queira-se dizer Fukuyama, dizendo que a história terminou e que não existe mais direita e esquerda, mas existem os vieses: o viés da esquerda e o viés da direita. E aquele mais comprometido com o povo, que não conseguiu ter as mesmas chances que outros, porque não nasceu num bom berço, porque não teve educação por perto ou porque de si já tão desencantado da vida, mas sem chances de prosperar, precisa ter parlamentares atentos às questões sociais, e a Saúde é uma questão social. O Brasil tem coisas específicas que só ele tem no mundo, e a Saúde é uma. Lembrem os senhores que a Saúde é um direito fundamental do cidadão na Pátria brasileira, de maneira total. A única Constituição que manda o Governo atender a todos os cidadãos da sua Pátria é a brasileira.

Nós ainda vamos ter de saudar muito a iniciativa daquela Assembléia Constituinte que fez grandes modificações em respeito ao Sistema Único de Saúde, ao SUS. Mas eu dizia que um italiano, um pouco descomprometido com a verdadeira esquerda genuína, lançou o fechamento dos manicômios, o fechamento dos hospitais psiquiátricos. É uma idéia que talvez precisasse ser mais discutida, pelo menos aqui no Brasil, mais profundamente discutida. É claro que nós todos lemos Antoine Watteau, e o grande teatrólogo e crítico de arte francês nos conta a miserabilidade do manicômio onde ele foi internado diversas vezes, e conta também sobre os seus maus-tratos.

Se a gente for estudar sobre o Marquês de Sade, que foi internado num manicômio, porque era uma pessoa diferente, a gente também vai ficar horrorizado! Mais: quem visitou os quintais do Hospital São Pedro há de ter ficado muito impressionado com os dementes, com os sofredores mentais que ali estavam. E nós, Vereadores Raul Fraga e Sebenelo, freqüentamos aquele lugar, porque lá nós estudamos Psiquiatria como médicos. E mais: segregavam as pessoas em rios que desciam e subiam a Europa na nau dos insensatos; escondiam o demente dentro da nau dos insensatos. Então, tudo isso proporcionou uma misericórdia por parte da sociedade no sentido de apoiar o homem que apresentou a Reforma Psiquiátrica. Não vou discutir o mérito da Reforma Psiquiátrica, primeiro, porque psiquiatra não sou, embora médico atento. Precisaríamos ter lentes para fazer o paradoxo do contraditório, mas aqui no Brasil não poderia haver, neste momento, o fechamento dos manicômios. Neste momento, não deveria. Por quê? Só pode se fechar uma situação que se condena, quando existe uma solução, quanto se tem uma opção.

O que fez a Reforma Psiquiátrica, senhoras e senhores, na minha cidade, para quem eu tanto trabalho? Lançaram às ruas os sofredores mentais; lançaram às praças os doentes da emoção! E muito mais: se eles não estão pelas praças, ou não estão pelas ruas, eles estão nas emergências! “Que emergências, Dr. Goulart? Na Emergência! Não diga nas emergências, porque não existem emergências; só existe uma para toda Porto Alegre e Grande Porto Alegre, que é a do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul!”

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exa permite um aparte?  

 

O SR. DR. GOULART: Vereador, muito me honra.

 

O Sr. Ervino Besson: Meu caro colega Vereador; médico de ponta; médico da nossa classe mais sofrida desta cidade; médico que entende, como poucos, o sofrimento do nosso povo: vamos supor, meu caro colega Vereador, que fechem o Hospital Espírita. Como é que fica esse povo? E havia um projeto para que esse Hospital, assim como outros, fosse fechado. E eu acho que o discurso de V. Exa, hoje, é de extrema importância, porque V. Exa domina esse assunto e o conhece como poucos. Sou grato a V. Exa.

 

O SR. DR. GOULART: Muito obrigado, Vereador, muito me honrou o seu aparte. Para vocês saberem, um dos fatos principais da Reforma Psiquiátrica prevê que hospitais gerais mantenham leitos para doentes da mente, para sofrerem desintoxicação ou atendimento de uma situação muito emergente. Isso está previsto na Reforma Psiquiátrica, mas não nos deram. Quais são os hospitais de Porto Alegre que têm isso, quais são? O Hospital Presidente Vargas parece que tem, porque lá existe uma ala psiquiátrica. Ele não é só hospital geral, ele é hospital da mãe, da criança, e hospital psiquiátrico. Há uma parte que é psiquiátrica, mas eles procuram não internar. 

Os outros hospitais, que deveriam estar cumprindo a Lei da Reforma Psiquiátrica, estão aonde? Em que cidade estão? Em que bairro estão? E aí eu pergunto: como passam os médicos e os funcionários da única emergência psiquiátrica que existe, que é a do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul? Não existe mais no São Pedro. O São Pedro foi fechando, fechando, fechando... Ouve-se um murmúrio do atendimento psiquiátrico do São Pedro. Nós temos que reativá-lo, neste momento grave. Nós temos que dar o encaminhamento do SUS para o Hospital Espírita, temos que comprar leitos do Hospital Espírita, temos que fazer convênio SUS de emergência lá. E por que eu digo isso, e com tanta razão, e com tanta certeza? Porque, quando não tem o Hospital Espírita-SUS, quando não tem o São Pedro-SUS, a Prefeitura compra leitos em hospitais particulares. Mas que engraçado isso, compra leitos em hospitais particulares, caros - tomara que os hospitais não fiquem brabos comigo, mas eu sou um defensor do povo e do dinheiro público -, quando a situação torna-se exasperante. Por que esse dinheiro não é planejado previamente e não se abre uma nova emergência SUS com esse dinheiro? Explique para o Tribunal de Contas, que ele vai entender, explique para o Ministério Público, que ele vai entender, tem que haver um planejamento prévio. E isso não ocorre só aqui no Rio Grande do Sul, não ocorre só na nossa querida Porto Alegre, isso ocorre em todas as cidades do Brasil! Adaptou-se, modernamente, um pensamento da esquerda delirante e fecharam os manicômios, porque maltratavam os doentes mentais. E o que estão fazendo agora? Estão maltratando os doentes mentais, estão maltratando os funcionários, estão maltratando os médicos, que não suportam a carga, que é demais.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Queria, primeiro, cumprimentá-lo pelo maravilhoso discurso que o senhor está fazendo, com base histórico-científica e sociológica, mas, principalmente, com base acadêmica. Nós estamos vivendo, neste País, algumas coisas absolutamente ridículas, como o elogio à ignorância, mas também as questões do que nós poderíamos chamar de efeito de demonstração. Como os países de Primeiro Mundo estão com os seus leitos ociosos, aqui se diz que não se precisa de leitos. Inclusive o nosso Secretário da Saúde escreveu um artigo dizendo que não se precisa de leitos. O senhor lembrou muito bem a história da loucura, do livro “Nau dos Insensatos”; nós estamos regredindo à nau dos insensatos. O que se faz no Posto da Vila dos Comerciários é uma desumanidade e uma regressão nas relações humanas; uma tragédia. E o que é pior: nós só esvaziaremos os nossos hospitais quando tivermos prevenção numa Cidade que precisa de 400 postos de saúde e tem só cento e poucos, e quando fizermos tecnologia de ponta.

Olha, vai custar muito tempo para o senhor ter um bisturi de raio laser, vai custar muito tempo para nós termos tecnologia de ponta, para mandar embora mais cedo do hospital os nossos pacientes. Nós estamos ainda na pré-história de alguns procedimentos e ficamos absolutamente inconformados, quando nós ouvimos o Ministério da Saúde dizer que o termo da moda é “desospitalização”. Precisamos, desesperadamente, de leitos hospitalares. Meus parabéns.

 

O SR. DR. GOULART: Muito obrigado, eu agradeço muito pela intervenção do Vereador-médico Claudio Sebenelo. Senhores, para terminar o discurso: talvez não sejamos contra o mérito da Reforma Psiquiátrica, mas, agora, a Reforma Psiquiátrica não serve para a nossa gente, não serve para a nossa Pátria, disso eu tenho certeza absoluta! E há quem diga que a Saúde está chegando à perfeição. Unamos-nos e vamos defender os médicos que começaram a apanhar, no PAM da Vila Cruzeiro, dos familiares e dos doentes! Antes apanhavam só dos doentes; agora, apanham dos familiares também! Vamos dar segurança para os funcionários do PAM, vamos questionar esse encaminhamento que o Brasil apresenta para os seus cidadãos. Vamos ter compaixão de quem sofre da mente. Quem de nós não conhece ou não tem um parente que sofre da mente e que precisa do nosso carinho, do nosso cuidado, da nossa atenção e do nosso compromisso de políticos? Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Dr. Goulart.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Professor Garcia.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sra Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é muito gratificante, sempre, poder subir nesta tribuna e falar das boas notícias de Porto Alegre. Hoje, a nossa Cidade comemora uma questão muito importante no que se refere ao resgate, à recuperação de um dos mais importantes prédios do patrimônio histórico da nossa Cidade: o início das obras de restauração do Mercado Público. Um patrimônio de Porto Alegre, um prédio construído em 1869 que tem uma história extremamente vinculada à própria história da Cidade e uma história, inclusive, de sobrevivência. O Mercado Público passou por incontáveis mudanças arquitetônicas, sobreviveu à enchente de 1941, teve várias das suas partes destruídas, foi restaurado e, em 1979, foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Porto Alegre. Hoje começa uma nova fase de restauração, uma obra de aproximadamente um milhão e 200 mil reais, que prevê reformas importantes, como reformas hidráulicas, elétricas, de recuperação do seu telhado e da sua pintura. Eu acho que é importante, também, neste momento em que nós podemos comemorar os avanços da restauração do nosso Mercado Público, falar do crescimento das iniciativas que lá acontecem. É importante falarmos das feiras de artesanato que têm se reproduzido, dos happy hour integrados entre os seus bares, da implantação de uma infra-estrutura maior de atendimento aos porto-alegrenses que vão lá, por exemplo, a nova agência do Banrisul.

E é importante nós falarmos do Mercado, lembrando da importância histórica daquele prédio, mas também do significado comercial e do espaço de aglutinação das pessoas que vão lá nos seus armazéns, bares, restaurantes, nas suas peixarias, nas suas bancas de jornais, de revistas, nos seus restaurantes de comidas especializadas. E essa política de restauração das obras históricas da Cidade é também a política da nossa Prefeitura na área da habitação popular, lembrando que, nessa área, nós já podemos comemorar, no ano de 2007, 1.234 novas casas para pessoas de baixa renda na nossa Cidade. Já havíamos comemorado, nos anos 2005 e 2006 - os dois primeiros anos do Governo José Fogaça na Prefeitura de Porto Alegre -, a construção de 2.372 casas. Agora comemoramos mais 1.234. É o resgate de uma promessa de campanha, quando se colocava a necessidade daqueles que mais precisam no centro das nossas políticas públicas.

Sobre essa questão da habitação, eu ainda queria lembrar de uma antiga demanda dos setores populares, que trabalhavam com as áreas de cooperativas, e também ressaltar aqui o avanço das políticas de parceria com os cooperativados, que hoje está na construção de moradias para duas mil famílias que estão sendo beneficiadas.

Neste final de semana, nós tivemos um ato extremamente emblemático para aqueles que são militantes das políticas públicas para a habitação. Foram as conquistas das famílias da Vila São Martinho, que receberam das mãos do Prefeito, José Fogaça, e da Procuradora-Geral do Município, Dra. Mercedes Rodrigues, 19 matrículas de regularização para 17 famílias que habitavam em áreas irregulares da Vila São Martinho.

Eu ainda queria lembrar às Sras. Vereadoras e aos Srs. Vereadores que estamos iniciando o ciclo temático das reuniões do Orçamento Participativo - logo depois há os regionais -, começando hoje à noite com a temática de Educação e Cultura, e aqui também resgatando o crescimento e o avanço na área do OP, lembrando que, até o dia 31 de dezembro de 2004, quando nós assumimos o Governo, havia uma demanda de 637 obras que estavam na fila para a realização. Nós iniciamos o ciclo do OP de 2007, já com as demandas concluídas, com obras iniciadas na atual Administração, em mais de 600 obras. Nós, então, assumimos o Governo com 637 obras demandadas, que estavam na fila para serem feitas, e já podemos hoje comemorar, neste momento, as obras concluídas num total de 653. Para aqueles que têm acompanhado as obras do Orçamento Participativo, para aqueles que têm visto quais são as principais demandas, que são demandas da nossa comunidade, temos muito, portanto, a comemorar nessa área, e reforço a todas e a todos a importância de acompanharmos, de participarmos das reuniões do Orçamento Participativo, que têm sido cada vez maiores, cada vez crescentes na nossa Cidade.

Quero também trazer aqui um pouco de contribuição ao debate feito pelo Ver. Dr. Goulart e pelo Ver. Claudio Sebenelo, sobre a questão da crise da Saúde brasileira. A Saúde é, significativamente, a primeira demanda que aparece em todas as pesquisas do Brasil, quando se fala de preocupação da sua população. E nós não poderíamos deixar de falar numa situação dramática que vive o nosso Estado, o Rio Grande do Sul, com o fechamento de 13 hospitais do Interior. Treze hospitais fecharam no Estado do Rio Grande do Sul nos últimos tempos, com mais de 10 mil postos de trabalhos extintos, e é impressionante como o fechamento de 13 hospitais no Interior - não sei se hoje já fechou mais um, porque há, nós últimos anos, um crescente abandono, em nível Federal, da política de Saúde - têm repercutido enormemente no nosso Estado, fazendo com que haja uma sobrecarga enorme nas nossas capitais, inclusive a cidade de Porto Alegre tem absorvido essa crise do fechamento dos 10 mil postos de trabalho, dos dois mil leitos fechados e do fechamento de 13 hospitais nas mais diversas regiões da nossa Cidade.

Apesar de toda essa crise da Saúde brasileira e da Saúde gaúcha, a cidade de Porto Alegre tem sido capaz de aumentar os programas de saúde em áreas fundamentais para a população das áreas de periferia; por exemplo, o Programa de Saúde da Família, em que, quando nós assumimos, havia 64 equipes de Saúde da Família, e nós, hoje, já atuamos com 83 equipes, que realizam 46 mil consultas médicas. Evidentemente, a crise da Saúde pública brasileira é uma crise que afeta todos os Municípios, e, apesar do enorme crescimento das políticas de saúde preventiva na nossa Cidade, nós ainda temos um longo caminho a percorrer.

Terminou o tempo de que eu dispunha. Eu encerro essa minha intervenção e depois retomarei outras políticas que estão em crescimento e em desenvolvimento na nossa Cidade nesta Gestão da Prefeitura de Porto Alegre.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Clênia Maranhão.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 5018/06 – SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria dos Vereadores Aldacir Oliboni, Neuza Canabarro, Sofia Cavedon e outros, que cria o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades, estabelece suas competências e composição, cria o Fundo Municipal da Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades, estabelece a origem dos seus recursos e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/06.

 

PROC. Nº 1249/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 027/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que acrescenta § 5º ao art. 4º da Lei nº 3.790, de 5 de setembro de 1973, e alterações posteriores, que estabelece normas para a exploração de serviços de táxi e dá outras providências, exigindo do requerente a inscrição e o recolhimento da contribuição previdenciária junto ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS -, e suprime o § 1º do art. 6º, extinguindo o direito de preferência do profissional sindicalizado

 

PROC. Nº 1446/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/07, de autoria do Ver. Luiz Braz, que inclui § 14 ao art. 70 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município, concedendo, para a hipótese prevista no inc. XVII desse artigo, abatimento na base de cálculo para a aplicação da alíquota do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), quando o valor venal do imóvel superar o limite de 60.000 UFMs (sessenta mil Unidades Financeiras Municipais).

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 0870/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 014/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que veda às instituições financeiras, ao comércio em geral e às demais instituições que efetuam cobrança no Município de Porto Alegre acrescer ao valor da prestação, a qualquer título, parcela destinada a transferir ao consumidor o custo do serviço da cobrança ou da emissão de carnê ou de boleto bancário e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1251/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 029/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que acrescenta inc. III ao art. 2º-A da Lei nº 8.880, de 16 de janeiro 2002, e alterações posteriores, que disciplina, no Município de Porto Alegre, a venda domiciliar de gás engarrafado, exigindo da empresa requerente, para a emissão do Alvará de Autorização, comprovação de inscrição e recolhimento de contribuição previdenciária junto ao Instituto Nacional do Seguro Social- INSS.

 

PROC. Nº 1414/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 039/07, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui, no âmbito do Município de Porto Alegre, diretrizes para criação do Museu Farroupilha e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1568/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 039/07, de autoria da Verª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à Senhora Vera Regina da Silva Vargas.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sra Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje, nós temos em 1ª Sessão, três novos Projetos de Lei. O substitutivo nº 01, de autoria dos Vereadores Aldacir Oliboni, Neuza Canabarro, Sofia Cavedon e outros, que cria o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades, estabelece suas competências e composição, cria o Fundo Municipal da Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades, estabelece a origem dos seus recursos e dá outras providências, ao PLCE nº 009/06.

Bom, quando eu vejo que estabelece a origem dos seus recursos, já me parece que seja uma atribuição do Prefeito. No entanto, este Projeto, o Prefeito o encaminhou para consideração da Casa apenas em 2006, no dia 17 de outubro. No entanto, uma Comissão da Casa já havia estudado o problema e proposto solução em 2005. O que me parece que faltou mesmo, foi a diferença de um ano entre a conclusão dos estudos da Comissão e a do Prefeito. Faltou mesmo foi o acesso às informações, a troca de informações - parece que nós vivemos um tanto quanto afastados do Executivo Municipal. De qualquer forma, nesse Projeto do Executivo ao qual agora está sendo apresentado um Substitutivo, na Exposição de Motivos do Prefeito, há uma frase que eu acho monumental. Gostaria de lê-la (Lê.): “A evolução aconteceu, leis foram criadas, e adquiriu-se o respeito garantido pela Constituição a todos os cidadãos. A sociedade, sensibilizada e conscientizada, admite e apóia a busca das garantias legais para a cidadania plena e qualidade de vida para todos”. Que bela frase! Mas é só uma bela frase; na realidade, não acontece nada disso.

O Ver. Luiz Braz pretende dar uma oportunidade para a Câmara Municipal se redimir; a Câmara Municipal que, no passado, lá por 1991, 1992 votou, dando aos aposentados e pensionistas com até três salários mínimos isenção total de pagamento do IPTU e da Taxa de Lixo. No ano passado, numa votação esplêndida desta Casa - ninguém leu, ninguém viu, mas ouviram o Secretário da Fazenda uma vez -, cortaram parte, pelo menos, das vantagens concedidas pela Casa do Povo de Porto Alegre aos aposentados e pensionistas.

Ora, às vezes, o aposentado ou pensionista, especialmente o pensionista, tem uma casa de alto valor, mas foi herança, fruto do trabalho de uma família inteira, e aquela é sua única propriedade. Se ela tiver valor venal maior de 60 mil UFMs, ele tem que pagar integralmente o IPTU.

Eu apresentei um destaque, retirando essa barbaridade que o Executivo propôs. Falei para o Secretário, quando ele deu a explicação, um dia antes de nós votarmos o Projeto, que, se era para fazer isso, então aquelas 60 mil UFMs de que se isentava os aposentados com até três salários também fossem deduzidas do valor venal, qualquer que fosse ele. Não. Se fossem 60 mil UFMs mais um real, ele pagava integralmente. Na verdade, até 60 mil UFMs, todos são isentos.

E mais uma injustiça: aquele aposentado que ganhava três salários passou a ganhar R$ 1.050,00. Agora, com o ajuste de Sua Excelência, o Presidente da República, o “doutor” Lula, o aposentado não está ganhando R$ 1.140,00, em três salários, mas, sim, um pouco menos de R$ 1.090,00. Então, o aposentado perdeu duas vezes: para o Executivo Municipal e para o “doutor” Lula, que faz benesses a toda prova. 

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver.  João Dib, só para fazer justiça, eu quero dizer para todos que V. Exa assina esse Projeto juntamente com este Vereador.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: V. Exa pegou bem o problema. Eu acho que nós temos que redimir a Casa, porque a Casa criou, deu uma possibilidade, os aposentados se estruturaram e se organizaram, e agora o Secretário da Fazenda tirou! E a Casa solenemente aprovou, apesar de eu ter feito um destaque e até uma Emenda à semelhança do que agora aqui se propõe. Espero que a Casa se redima e devolva aos aposentados e pensionistas aquilo que eles não tiveram da Casa do Povo de Porto Alegre. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos, colegas Vereadores e Vereadoras, nós estamos no mês dos museus. Dia 18 é o Dia dos Museus, Verª Margarete Moraes, e V. Exa tem uma militância na área da Cultura, já foi nossa Secretária, com muito louvor. Eu já disse, na semana passada, que esse é um tema ao qual temos que dar atenção, e o Ver. Bernardino Vendruscolo quer instituir no âmbito de Porto Alegre diretrizes para a criação do Museu Farroupilha.

Ver. Vendruscolo, o Museu Júlio de Castilhos, onde há peças importantes da Revolução Farroupilha, da história do Rio Grande do Sul, está fechado - segundo uma funcionária, por problemas de segurança. Eu sei que há problema de segurança, porque sou vizinho do Museu Júlio de Castilhos, moro ali na Praça da Matriz e sei que, apesar daquela guarita da Brigada próxima ao Palácio, nós, mesmo assim, temos problemas de segurança em pleno coração da Cidade. E o Museu está fechado, segundo a funcionária, por problemas de segurança. A Bancada do PP já me disse que tem um retorno sobre essa questão aqui.

Agora, eu não vejo, Ver. Vendruscolo, quais as condições materiais que nós teremos em Porto Alegre para mais um museu. Eu sei que V. Exa expôs aqui as diretrizes, mas não seria o caso de fazermos um conveniamento entre a Prefeitura de Porto Alegre e o Governo do Estado para garantir o pleno funcionamento do Museu Júlio de Castilhos? Essa é a questão que lhe faço.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Adeli Sell. A nossa pretensão, com essa proposta do Museu Farroupilha, é congregar todas as entidades de cunho tradicionalista, a começar pelos Lanceiros Negros, pelas mulheres do piquete Anita Garibaldi, enfim, algo mais voltado para a nossa cultura. Eu só gostaria de fazer uma diferenciação, se me permite: o Museu é público, e o que nós estamos propondo é uma entidade privada, inclusive estamos citando o local onde o poderíamos instalar, porém somente na Exposição de Motivos, porque nós não temos esse poder de nomear um bem.

Nós temos hoje um patrimônio que está à disposição, basta fazer o tombamento ou a desapropriação, que se chama Grêmio Náutico Gaúcho, ali na Rua Carlos Barbosa, um clube com mais de 108 anos que está jogado às traças. Os próprios sócios remanescentes estão pedindo que a Prefeitura tome uma providência, assuma o patrimônio, e nós o estamos citando.

Evidentemente que aqui, no Museu Júlio de Castilhos, nós até entendemos. Não aceitamos, mas o que nós estamos propondo é algo de forma particular e não pública.

 

O SR. ADELI SELL: Perfeito. Na verdade, talvez seja o caso de fazer uma Comissão com V. Exa, Vereador, com a comunidade, e negociar diretamente com o Prefeito, nesse caso. Se for exatamente isso, sem dúvida nenhuma, terá o apoio de outros Vereadores, a começar pela nossa Bancada.

Eu também queria tratar aqui da criação do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades, que estabelece as competências e a composição, cria o Fundo Municipal da Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades, estabelece a origem dos seus recursos e dá outras providências. É um Substitutivo ao PLCE nº 009/06. É um outro tema que temos de discutir, inclusive a Prefeitura Municipal nos enviou a formação do Sistema Municipal de Segurança Alimentar.

São temas que precisamos verificar, porque é importante que tenhamos conselhos, mas não basta criá-los, é preciso sustentá-los. Parece-me que a grande questão hoje é o abandono dos conselhos por parte da Administração Pública Municipal. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Adeli. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)

O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Sra Presidente, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público das galerias, público da TVCâmara, senhoras e senhores. Venho a esta tribuna, no período de Pauta, Sra Presidente, para fazer referências ao  PLCL nº 008/07, de autoria do Ver. Luiz Braz, que inclui o § 14 ao art. 70 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município, concedendo, para a hipótese prevista no inc. XVII desse artigo, abatimento na base de cálulo para a aplicação da alíquota do IPTU, quando o valor venal do imóvel superar o limite de 60 mil UFMs - Unidades Financeiras do Município.

Portanto, saliento aqui que esse Projeto do Ver. Luiz Braz é importante, como bem mencionou o Ver. João Antonio Dib, que, realmente, visa a estabelecer justiça no que diz respeito a um dos critérios estabelecidos pela Lei Complementar nº 7, de 1973, qual seja, o valor venal do imóvel.

Em realidade, o que a legislação prevê é que, em se cumprindo os cinco pré-requisitos - na realidade, poderiam até ser encarados como quatro pré-requisitos -, o contribuinte, cidadão, morador de Porto Alegre, pára de pagar o IPTU, e não só pára de pagar o IPTU, Ver. Luiz Braz, como também pára de pagar a Taxa de Coleta de Lixo, como está previsto no art. 3º da Lei 103/84, no seu inc. III, que também inclui o inc. XVII da Lei nº 007/73, que é objeto da matéria do Projeto de Lei de V. Exª, e também passa a excluir não só o IPTU, mas também a Taxa de Coleta de Lixo.

Então, é importante que nós possamos situar o público que nos assiste, a respeito desse tema, porque é um tema bastante relevante, mas me parece que muitas pessoas inclusive desconhecem esse benefício, Vereador, e V. Exª traz aqui para a luz do debate uma questão muito importante. Primeiro, em sendo pensionista, aposentado ou inativo, primeiro pré-requisito que a Lei traz para isenção do imposto; recebendo apenas três salários mínimos nacionais, R$ 1.140,00 - 380,00 x 3 -, segundo pré-requisito; tendo somente um imóvel na cidade de Porto Alegre e sendo morador desse imóvel, terceiro e quarto pré-requisito; e, por fim, o quinto pré-requisito para deixar de pagar IPTU e deixar de pagar a Taxa de Lixo, seria o valor venal do imóvel, qual seja, 60 mil unidades financeiras.

Os quatro primeiros pré-requisitos já são bem seletivos; digamos que a pessoa seja pensionista, receba menos que três salários mínimos, tenha só um imóvel, seja proprietário do imóvel, mas o seu imóvel tem um valor venal de 60 mil unidades financeiras mais um real; ela perderia todo o benefício. E justamente no sentido de contrapor essa lacuna que V. Exa, Ver. Luiz Braz, traz esse Projeto à luz do debate, que eu acho que é muito importante, porque, em realidade, o que ocorre a partir dessa legislação que está sendo proposta pelo Vereador? Que o imóvel seja tributado, seja cobrado o valor do imposto somente acima do valor que exceda às 60 mil unidades financeiras.

Então, eu acho que praticamente todos os Vereadores vão acompanhar a sua iniciativa, Vereador, porque para que a pessoa possa cumprir aqueles outros cinco pré-requisitos, nós ficarmos apegados apenas ao valor venal, sem ter uma equiparação de valores, seria praticamente uma injustiça.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Márcio Bins Ely, o Ver. Luiz Braz está propondo justiça!

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Como acompanhei a fala de V. Exa, que me antecedeu na Pauta, é justamente esse pré-requisito específico, pois, na realidade, podem ser considerados quatro pré-requisitos, porque ter um imóvel e morar nesse mesmo imóvel poderia ser compreendido como um único pré-requisito, como foi abordado na Exposição de Motivos do nobre Ver. Luiz Braz. Por exemplo, se o imóvel tiver o valor de 70 mil unidades financeiras, o proprietário desse imóvel passa a pagar o IPTU sobre 10 mil, os outros 60 mil ficam isentos como está previsto na legislação.

Portanto, vamos acompanhar a sua iniciativa, pertinente e oportuna, e temos certeza de que trará um benefício para a comunidade porto-alegrense. Cumprimentos.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Márcio Bins Ely.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Verª Maristela Meneghetti, Presidenta dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e público presente, eu também quero aqui discutir o Projeto de Lei de autoria do Ver. Bernardino, que institui as diretrizes para a criação do Museu Farroupilha e dá outras providências. Esse tema é um tema que tem tido, por parte do Governo Federal, Verª Margarete, V. Exa que é a militante da área da cultura, um aporte de recursos, Ver. Bernardino, e investimentos como nunca teve neste País, não só para a abertura de novos museus, mas para a recuperação também de museus existentes, de museus que foram abandonados, de museus que foram degradados e que têm agora uma política nacional. O ano de 2006 foi o Ano Nacional dos Museus - não é Verª Margarete, parece que foi isso -, instituído pelo Ministério da Cultura que, inclusive, tem um companheiro nosso aqui de Porto Alegre, o Carlos José Nascimento, foi funcionário desta Casa, é o Coordenador da área de museus do Ministério da Cultura. Isso é importante, porque resgata esses elementos culturais, mas possibilita, também, a abertura de novos espaços, de novas propostas, como a que V. Exa está propondo, que é criar um Museu Farroupilha, instituindo de forma legal, regimental e constitucional o Projeto, dando as diretrizes, e, de outra parte, a possibilidade dos investimentos na área da Cultura. Afinal, eles trazem, além da cultura e entretenimento, a geração de emprego e renda, Verª Margarete, que é um fator muito importante, porque a cultura, quando bem trabalhada, democraticamente - parece-me que não é o caso aqui no Município -, como uma política, pode produzir excelentes resultados como nós tivemos a experiência, pelo menos em duas gestões, com a nossa querida companheira, Verª Margarete.

Venho aqui para saudar a iniciativa do Ver. Bernardino e, também, exaltar e anunciar as possibilidades que se abrem e se revigoram com o Governo Federal; está sendo investido como nunca se investiu neste País, também, na Cultura, em especial na área dos museus.

 

A Srª Margarete Moraes: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Vereador; obrigada, querida Verª Maristela, queria parabenizar o Ver. Bernardino por essa idéia, porque, pela primeira vez na história da Cultura do País, tem um setor especializado em museus no Ministério da Cultura e que incentiva a criação, a manutenção, a produção, a visitação dos museus no nosso País. Então, coloco-me à sua disposição, Ver. Bernardino, junto com o Ver. Todeschini e junto com toda a Bancada do PT, para ajudar a viabilizar o Museu Farroupilha, tão importante para a história cultural do Rio Grande do Sul. Muito obrigada, querido Ver. Todeschini.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo aparte, Verª Margarete.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, quero agradecer a V. Exa e também à Verª Margarete Moraes, porque é um assunto que ela conhece e não esquecer de dizer que esse é um anseio das entidades tradicionalistas que pretendem administrar esse local. Eu digo elas, porque são várias; a começar pela Primeira Região Tradicionalista que não tem sede. E, como falei antes, nós estamos indicando um bem que está à disposição na Av. Carlos Barbosa, no início do bairro Medianeira, com mais de 108 anos de existência, talvez o primeiro clube voltado para os cultos às nossas tradições. Nesse sentido, quero cumprimentá-lo, Vereador.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo aparte, Ver. Bernardino. E para encerrar, quero lembrar os nossos setembros, quando festejamos a Semana Farroupilha, no Parque da Harmonia, com mais gente participando a cada ano, com uma expressão mais forte da cultura, do ser gaúcho. Então, o Museu, sua proposição é muito oportuna pelo que nós estamos vivendo e pelo que nós observamos. Obrigado, e parabéns pela iniciativa.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Todeschini.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sra Presidenta dos trabalhos, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; público que nos acompanha aqui e pelo Canal 16, há aproximadamente três anos, o Governo Municipal criou a Secretaria de Acessibilidade e Inclusão Social. Naquela época, nós já havíamos solicitado a esta Casa que fosse criada uma Comissão para discutir políticas para os PPDs, pessoas com deficiências. Essa Comissão foi aprovada aqui na Casa e a instituímos, na qual foram discutidas, durante três meses, políticas para os PPDs, onde participaram praticamente todas as entidades representativas de Porto Alegre, aqui na Câmara.

Essa Comissão Especial discutiu várias propostas, dentre elas a criação do Conselho Municipal dos PPDs, pessoas com deficiências. Pois bem, nós sabíamos de antemão que tinha em Porto Alegre o Fórum Municipal que discutia as políticas dos PPDs e que também participou, aqui, dessa Comissão Especial, durante os três meses. O Secretário Tarcízio Cardoso, ao participar dessas atividades aqui na Casa, se comprometeu em levar a risco, ou a sério, a sugestão dada por essa Comissão aqui criada, para, então, encaminhar um Projeto de Lei para a Câmara onde se criava o Conselho Municipal dos PPDs - hoje, acrescentamos -, pessoas com deficiência. Por essa razão, o Governo Municipal mandou para cá este Projeto de Lei, criando o Conselho. Mas vejam só a diferença, como nós sugerimos e como o Governo transmitiu para a Casa. O Governo diz o seguinte: “Cria o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Porto Alegre - COMDEPA, dispõe sobre políticas de direito das pessoas com deficiência e dá outras providências”. E a Comissão Especial sugeriu o seguinte Projeto: “Cria o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades...”, porque o Projeto do Governo deixa fora altas habilidades, “...estabelece suas competências e composição, cria o Fundo Municipal das Pessoas com Deficiência...”, coisa que o Governo não colocou, “...e Altas Habilidades, estabelece a origem dos seus recursos e dá outras providências”, o que o Governo também não colocou.

Para poder colocar aos nobres Vereadores, daria apenas um dos itens, que faz uma enorme diferença, Ver. João Antonio Dib. Quando lá diz : “De quem participa do Conselho Municipal”. O Governo Municipal diz, no Projeto dele, que pertencem apenas oito Secretarias, e nós colocamos, no nosso Projeto, que, praticamente, participam todas as Secretarias, mas, principalmente, quatro entidades representativas de pessoas com deficiência e altas habilidades, oriundas do Fórum Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência - conforme Regimento, também, o que modifica são as entidades - e cinco representantes do Fórum Municipal criado pela própria Secretaria.

Então, tem uma enorme diferença, além de outros itens, do Projeto original, trazido pelo Governo. Então, é natural que, ao apresentarmos o Substitutivo a esse Projeto do Governo, os Vereadores possam sensibilizar-se com a grande modificação que tem, porque, senão, não adianta eu fazer um Projeto de Lei que cria um Conselho, e o próprio Governo definir tudo. Cadê o controle social, Ver. João Antonio Dib?

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Oliboni, veja V. Exa que, em alguns momentos, não dá para fazer valer o Substitutivo. Por exemplo, no parágrafo único do art. 14: “O Fundo Municipal da Pessoa com Deficiência e Altas Habilidades terá recursos provenientes do Orçamento Municipal, de no mínimo 1%; do Orçamento do Estado; do Orçamento da União; do Fundo do Conselho...” Isto não cabe. Isto não cabe, nós não podemos legislar sobre que o Orçamento do Município dê 1%; não podemos legislar que o Orçamento do Estado tenha verba, que o Orçamento da União tenha verba. Não se pode fazer isso.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Tudo bem, Vereador. O Governo do Estado inclusive já sancionou o Projeto de Lei aprovado na Assembléia Legislativa, que cria o Conselho Estadual das Pessoas com Deficiência, e, lá, eles também destinam 1% para o Estado, por isso nós colocamos aqui o Estado. O Município não tem nada para a Secretaria de altas habilidades e inclusão social, coisa dita pelo próprio Secretário aqui. Por isso estamos criando um fundo para poder dar possibilidades para ele governar. É nesse sentido que é necessário. Caso contrário, todos os anos, na Peça Orçamentária, nós teremos que destinar recursos para essa Secretaria e até mesmo para o Conselho funcionar.

Quero apelar aqui à sensibilidade dos nobres Vereadores para nós discutirmos amplamente esse Projeto, que eu acho de extrema importância, até porque as diversas Secretarias do segmento já constituem o Conselho Municipal, e este não existe. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Oliboni. Está encerrada a discussão de Pauta.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sra Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu estava querendo priorizar a questão das convenções e da OIT Internacional, até porque nós estamos prestes, Ver. João Dib, a ter as provas que antecipam as eleições do Conselho Tutelar, e, na regulamentação da proposta que foi aprovada aqui, entram, agora, também as convenções internacionais. Eu ia começar, Ver. Sebenelo, hoje, com a 138, que diz respeito à questão do trabalho infantil.

Eu vou me deter noutro assunto, porque fui provocada aqui neste Plenário, e vou deixar para amanhã para iniciar esse diálogo com a sociedade. Enfim, para nós compreendermos bem os países signatários, as convenções internacionais que vão estar nas provas a seguir, e eu acho que para nós também começarmos a desmistificar o Estatuto da Criança e do Adolescente, começar a compreender melhor o Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como as questões pertinentes a essa área e à da questão do trabalho infantil.

Eu queria dialogar um pouco com a Líder do Governo, que aqui citou a questão da Saúde na nossa Cidade, e também citou as questões da Lomba do Pinheiro. Eu queria trazer aqui alguns problemas dos quais talvez a Vereadora não tenha conhecimento, porque eu acho que é importante, através desta tribuna, começar a socializar com este Plenário. Por exemplo, na Parada 4, onde existe o Posto Avançado da Vila Mapa, UBS, há superlotação no atendimento. E mais: continua a venda nas filas. O Posto atende, Ver. João Antonio Dib, a Vila Mapa 1 e 2, a Vila Colina, Santo Antônio, Elo Dourado, Cooperativa 4 de junho, Quinta do Portal, Chácara das Pêras, Beco do Davi, Vila Barreto, Vila São Francisco, Cooperativa Coohalpi. E a Vila Mapa, que nós conhecemos bem, Ver. João Antonio Dib, há apenas esse posto de atendimento para toda essa população.

Ainda na Parada 4, só que do outro lado, há o Posto Esmeralda, que permanece precário, sem retomar as suas atividades. O Posto Herdeiros, que ali está locado, está superlotado também, e sem condições de atendimento. Ele abrange: Vila Esmeralda, Beco dos Cafunchos, Santa Paula, a comunidade indígena, o loteamento Green Ville. Então, Ver. João Antonio Dib, estamos ali sem atendimento das consultas especializadas. Quem conhece a Lomba do Pinheiro sabe que não tem nenhum ônibus que faça esse circular, que se desloque dessa região para cima, sabe qual é a situação dessa população.

Na Parada 16, com o posto de saúde também em situação precária e sem condições físicas, há hoje uma verba de 70 mil reais, que precisa ser direcionada para o posto, mas que não sai. Há um entrave burocrático, e nós não conseguimos colocar em prática, Verª Neuza Canabarro, para que sejam feitas as adequações físicas daquele posto.

Na UBS São Pedro, temos o mesmo problema: falta de médico, falta inclusive de enfermeira. E, agora, com a questão do Ato Médico, vai ficar mais grave ainda esse problema. Não vai ter nem os enfermeiros que faziam alguns trabalhos dentro da sua área e na área de medicina, que agora vai ficar em haver também para aquela população.

No posto da Parada 12, que é o nosso posto avançado, nós temos uma verba do QualiSUS, em que deveria já estar sendo executada a ampliação, mas há um emperramento da SMED, da área do Posto, que deveria ser avançado, e já há o projeto, tanto no Governo Federal, que já mandou a verba, como na SMS, mas não pode ser executado, porque nós temos um problema burocrático, e a SMED não libera a área. Estamos agora encaminhando e pedindo a ajuda do Ver. Dr. Raul, Presidente da Comissão de Saúde, para se juntar à Comissão de Educação e agilizarmos uma reunião na CECE para podermos desafetar essa área - não é bem o termo -, mas para, junto com a SMED, poder liberar a área e executar as obras que estão num sucateamento total, hoje, na nossa Região, na Lomba do Pinheiro.

Coloquei hoje uma parte do problema, na próxima a gente conta mais um capítulo. Infelizmente, a gente tem que trazer essas notícias, que não são as melhores, mas a população de Porto Alegre tem que tomar conhecimento, porque é muito grave a situação do atendimento da Saúde na nossa Lomba do Pinheiro. Obrigada, Vereadora.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Maristela Maffei.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maristela Meneghetti, colegas Vereadores e Vereadoras, eu fico impressionado, Ver. João Dib - V. Exª que está há muito mais tempo aqui na Câmara -, com a falta do apetite para o debate democrático. Nem parece um Parlamento onde se debatem, se discutem questões. Temos trazido um conjunto de questões para cá que o Governo Municipal não responde e não está interessado em responder. Onde está a Liderança do PPS, que supostamente é a Líder da Base do Governo?

A nossa Bancada tem ajudado o Governo a aprovar seus Projetos, e hoje, na Mesa, mais uma vez, a Bancada do PT deu acordo para fazer reuniões das Comissões de forma urgente, urgentíssima; deu acordo para votar na quarta-feira a questão das regularizações para colocar benefícios públicos, bens públicos nesses locais. Nós não temos sido impedimento nenhum para que o Governo possa funcionar. Mas o Governo não funciona!

Nós mandamos para o Prefeito, para o Secretário responsável, a fotografia de um poste de luz que “balança, e um dia cai”, lá na Vila Elisabeth. Hoje recebi mais um e-mail dizendo que nada foi feito, a pessoa, desesperada, dizia: “Essa Prefeitura vai esperar até que aconteça outra tragédia como já aconteceu numa praça, quando um poste caiu na cabeça de uma criança e a matou? É preciso esperar por tragédias?”

A Vereadora-Líder do PPS veio aqui e falou do Mercado Público Central. Há dinheiro para isso no Funmercado, que é fruto do dinheiro dos aluguéis; não é dinheiro da Prefeitura, é dinheiro das pessoas que pagam aluguéis no Mercado Público, e nada mais justo do que usar esse dinheiro e fazer as reformas que têm que ser feitas. Nada mais justo do que isso! Agora, não basta fazer reformas se não resolver o problema da prostituição que grassa no entorno e dentro, das crianças pedindo esmolas - e não vejo uma ação para tratar dessas crianças -, além da exploração sexual. Porque há as duas coisas: a prostituição e a exploração das crianças. E não foi por falta de aviso, porque eu fiz as reuniões, estive lá, militei nas questões da Intercap, Ver. Oliboni, V. Exª viu os jornais, o que prenderam e quem prenderam - e quem prenderam! Hoje eu ainda falava com o Major Pereira sobre este e outros caos que levei ao seu conhecimento; o Major Pereira hoje comanda o 19º Batalhão.

Então, eu também acho que quando o Governo faz, ele tem que dizer que fez; nós conseguimos fazer duas agendas com a SMOV em pleno sábado, e eu sou obrigado a agradecer por isso.

O Ver. Todeschini tem, sistematicamente, levantado aqui que Pedidos de Informações feitos por ele não foram atendidos; o Ver. Marcelo Danéris, da nossa Bancada, colocou hoje um conjunto de questões aqui e nada foi dito. Inclusive o Ver. Danéris - junto com a Verª Margarete Moraes - levantou um debate sobre as questões do Auditório Araújo Vianna, sobre o seu cercamento, e nada foi dito. Nós estamos vendo os problemas do apagão. O Ver. Guilherme Barbosa foi Secretário e já disse como funcionava e como está hoje a situação. Experimente ir pela Av. Farrapos à noite, Ver. Mauro Pinheiro, V. Exª que tem que cruzar a Farrapos para chegar em casa; é um verdadeiro apagão. Eu sempre digo que está “como o diabo gosta”, para acontecer a insegurança que acontece hoje no 4º Distrito, em especial no bairro São Geraldo.

Há outra questão: a calçada da Av. Assis Brasil está intransitável, até foi feita toda uma discussão: “Vamos tirar os ambulantes, vamos tirar as coisas dos comerciantes”. Só que, no sábado à tarde, a calçada estava tomada de ilícitos. E o que é que está sendo feito?

São essas as questões que nós pautamos, nós colocamos, e nós não estamos tendo resposta do Executivo. As obras que foram feitas, Ver. Guilherme Barbosa, citadas há pouco aqui, convenhamos, vamos comparar os números com as obras que fizemos na nossa gestão.

Hoje, começa o Orçamento Participativo. Vamos ver! Estaremos lá, a Bancada do PT mobilizada, como sempre, com os seus acessos à população, se esforçará para fazer do Orçamento Participativo aquilo que sempre foi: um lugar de debates e de encaminhamentos, mas também de cobrança do atraso brutal das obras deste Governo. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Adeli Sell.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nesta semana eu vou ter a oportunidade de ler um compêndio sobre psicologia, vou ter tempo. Aí eu vou traçar o perfil psicológico do meu querido amigo, Ver. Adeli Sell.

Quando o Ver. Beto Moesch estava aqui, no Plenário, os dois eram “corda e caçamba”, faziam Projetos juntos, analisavam tudo certinho; agora, quando se separaram, está sendo cruel, muito cruel: o Ver. Adeli ataca por todos os meios, sem nenhuma preocupação. Só que, agora, o querido Ver. Adeli Sell resolveu atacar, também, a Secretaria de Cultura do Estado, da nossa amiga Mônica Leal - nossa amiga, não é verdade, Ver. Adeli Sell? Muito amiga nossa. Só que eu não vi o Ver. Adeli Sell, que mora ali perto do Museu Júlio de Castilhos, juntamente com os guris do morro - porque o Ver. Adeli Sell é muito jovem, muito forte, muito são e muito bem disposto -, participar do mutirão para conseguir resolver o espaço onde está o material bélico sendo demonstrado. Eu não o vi acompanhar as dificuldades do prédio de uma instituição que enfrentava dificuldades, inclusive de nível estrutural, como um considerável vazamento no telhado que atingia tanto o Museu, a antiga Casa Júlio de Castilhos, quanto o seu anexo. O Ver. Adeli não foi lá ajudar, mas ele é extremamente competente e ele poderia ter ido lá ajudar, pois 60% da área expositiva estava totalmente comprometida. Com a abertura do anexo, em meados dos anos 90, esse prédio acabou sendo deixado de lado. Isso teve um alto preço: o prédio abandonado foi-se deteriorando cada vez mais; seus espaços, ao longo dos anos, se tornaram depósitos; a situação era tão crítica que não era possível chegar à varanda para o hasteamento do pavilhão nacional e estadual - o que acontece, hoje, com a regularidade exigida em lei.

E eu também vi uma série de outras coisas, como a ajuda prestada pela coletividade, mas eu não vi nenhuma vez o Ver. Adeli falar que foi lá ajudar. E, agora, ele está preocupado com o Orçamento Participativo. Na realidade, eu falei, aqui, sobre as seiscentas e tantas obras que ficaram armazenadas, que ficaram depositadas para serem feitas; e eu trouxe, aqui, nome, local e custo daquelas obras que ficaram represadas lá na Administração do Partido dos Trabalhadores. Eu não lembro o nome do comandante-em-chefe das operações do Orçamento Participativo daquela época, mas ele, um dia, deu uma declaração num jornal econômico que nós tínhamos aqui - mas parece que, agora, não funciona mais -, dizendo que 50% das obras daquele ano não haviam sequer sido iniciadas, e mais de 50% das anteriores ainda estavam dependendo de solução. E o Executivo Municipal do Prefeito Fogaça, no ano passado, havia feito mais de 200 obras.

Portanto, a Prefeitura ajudou a honrar os compromissos do Partido dos Trabalhadores, porque Administração é isso mesmo: o administrador saiu, mas a administração continua; os servidores são os mesmos, os recursos são semelhantes, então vamos ajudar a fazer as coisas da forma que foram prometidas. Então, eu acho que o meu amigo Adeli Sell - e ele sabe que eu gosto muito dele - não deve ser tão severo assim com aqueles colegas com os quais ele fazia acordo, aqui, nos Projetos, e com aquela colega com a qual ele sempre foi atencioso - e sei que ele também recebeu muita atenção por parte dela.

Então, o Museu Júlio de Castilhos está sendo recuperado, e o vizinho mais próximo e mais importante que o Museu tem é exatamente o Ver. Adeli Sell, no entanto, ele não vai lá ajudar, não vai lá fazer parte do mutirão para que se deixe o Museu Júlio de Castilhos apto a ser visitado por todos os porto-alegrenses e também por aqueles que vêm de fora de Porto Alegre e querem conhecer um pouco da história da Rio Grande do Sul. Ele até aproveitou, hoje, no momento da Pauta, em que não estava o Museu Júlio de Castilhos, e ele também falou, mas ele é extremamente inteligente. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sra Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu vou falar de uma política pública de segurança alimentar. Mas, antes, eu queria avisar, Exmo Ver. Adeli Sell, Vereador, que o senhor manda nos funcionários do seu gabinete: se eles devem estar atendendo a comunidade aqui ou atendendo a comunidade lá. Eu estava atendendo a comunidade e vou continuar atendendo a comunidade! O senhor não manda na minha agenda! O senhor não é corregedor desta Casa e o senhor se atenha às suas atribuições de Vereador! Eu não tenho que prestar contas a Vossa Excelência. Eu aprendo mais ouvindo a comunidade - que eu estava ouvindo - do que ouvindo o senhor, aqui. E é um direito meu! O senhor manda nos seus funcionários, nos seus empregados, em quem quer que seja. Eu atendo quem eu quiser, na hora em que eu quiser e eu priorizo as minhas atividades políticas. Cuide do seu gabinete; que, aliás, tem muito problema.

Agora, eu queria voltar aqui à tribuna para falar de uma coisa que, efetivamente, é importante para a Cidade. Eu queria falar para vocês de um programa de alimentação, do Programa de Segurança Alimentar do Município de Porto Alegre - uma política pública, uma política institucional para aqueles que mais precisam. Isso não tem nada que ver com o chamado Fome Zero - atenção, Senhoras e Senhores que nos escutam! Fome Zero é uma junção de palavras que o Governo Federal, no atual Governo do Sr. Lula, apresentou no início do seu Governo, e que depois, paulatinamente, abandonou. Atenção: o Programa Fome Zero não é um programa da Prefeitura de Porto Alegre! Quando o então Presidente da República, Sr. Lula, se elegeu, juntou essas duas palavras, foi à ONU e fez um discurso para o Mundo dizendo que acabaria com a fome no Brasil com um programa chamado Fome Zero. Nomeou, inclusive, um grande brasileiro para esse Programa, que é um ex-Ministro, o democrata Graziano. Passada a conferência da ONU, saindo as luzes e os holofotes da imprensa internacional, o Governo Federal do Presidente Lula foi matando o Fome Zero. É interessante ler aquele primeiro texto, Verª Maristela Maffei, dizendo que até Reforma Agrária estava incluída no Programa Fome Zero. Hoje os analistas dizem que este Governo fez menos Reforma Agrária do que o Governo passado, mas eu não quero entrar nessa polêmica. Eu só quero dizer que Porto Alegre é uma das poucas Capitais brasileiras que, mesmo implantando uma política institucional de segurança alimentar, inclusive aprovada e reafirmada na última Conferência Municipal, ainda apóia aqueles núcleos do Fome Zero. Mas nós não temos nenhuma responsabilidade sobre aquele conceito de política alimentar, porque, naquele conceito de política alimentar lá do início do Governo Lula, compravam umas máquinas, umas cozinhas, botavam tudo nos galpões, jogavam para a Prefeitura, juntavam duas outras palavrinhas, chamavam aquilo de cozinha comunitária e transferiam, para a comunidade, a responsabilidade da política pública de segurança alimentar. Culpa disso, responsabilidade disso? Governo Federal, lá na ONU, fazendo aquele discurso bonito. Cozinha comunitária é outra coisa, é quando a comunidade participa do processo de gestão da política pública.

Concluo, Sra Presidenta, dizendo que o conceito do Fome Zero era um conceito de doação, de clientelismo, de ausência de participação da comunidade, sem um projeto de desenvolvimento, sem uma porta de saída da política assistencialista para a política cidadã. Portanto, há um ditado popular que diz: “Quem pariu Mateus que o embale”; quem pariu essa história do Fome Zero, que não deu certo - e justiça seja feita, até autocrítica, meia autocrítica, meia, já fez, porque até o nome já abandonou -, não foi a Prefeitura de Porto Alegre, foi o Governo Federal do Presidente Lula.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sra Presidenta, um esclarecimento para a oposição: gostaria de saber se a fala da Liderança do Governo foi um anúncio formal de que a Prefeitura de Porto Alegre acaba de encerrar o Programa Fome Zero em Porto Alegre.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sra Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, como sempre costumo fazer, não venho aqui, nem para criticar a Administração anterior, nem para levantar loas com relação à Administração atual. Mas venho para fazer uma reflexão, meu amigo Dr. Goulart, meu amigo Dr. Elói, na área da Saúde, porque ontem eu estive, como há doze anos faço, num projeto que nós temos, chamado Dia da Solidariedade, lá na Vila Asa Branca. Lá nós tivemos, V. Exa já participou conosco nesse projeto, uma médica fisiatra, uma ginecologista, várias especialidades atendendo àquela comunidade, mais advogados, havia corte de cabelos, assim como a gente faz de dois em dois meses - nesse projeto chamado Dia da Solidariedade. E o que nós vimos lá é que aquela população continua extremamente desassistida com relação à saúde. As pessoas não estão em situação diferente daquela que estavam no passado, precisando esperar, muitas vezes, quatro anos para determinadas consultas. Isso faz com que, quando a pessoa é chamada para uma consulta pelo SUS, muitas vezes já morreu, já não precisa mais da consulta pelo SUS.

Mas uma das barbaridades que nós vimos lá na Vila Asa Branca, na Zona Norte da Cidade, foi que lá existia um posto de saúde - não sei se V. Exª sabe, meu querido amigo Ver. Brasinha, meu amigo Ver. Sebenelo, Ver. Dr. Raul, também médico - e esse posto de saúde, pela comunidade, recebeu do Orçamento Participativo - não no Orçamento -, no passado, um recurso de cerca de cem mil reais para ser feita uma reforma nesse posto. A empresa que foi lá para fazer a reforma, Ver. João Dib, chegou à conclusão de que o posto era irreformável, e resolveu fazer sabe o quê? Colocar o posto abaixo. Demoliram o posto! Hoje nós vamos lá, Ver. João Dib, e vemos que o que existe no local, Verª Margarete, são apenas escombros. O posto está demolido! Então, a comunidade da Vila Asa Branca, cerca de mais ou menos 3 mil pessoas, não tem onde se consultar. E o posto está lá, demolido.

Consultada a Prefeitura Municipal na área da Saúde, foi dito para essas pessoas - e eu peço ajuda de todo mundo para que nós possamos, de repente, encaminhar esse assunto - que cem mil reais não são suficientes para erguer um posto. De acordo com os cálculos da Prefeitura atual, seriam necessários, para erguer aquele posto, cerca de 250 mil reais, e aquela verba está gravada, no Orçamento Participativo, para fazer reforma e não para erguer um posto novo. Então, como é para fazer reforma e não tem o que reformar, porque o posto foi colocado abaixo, fica o pessoal sem poder aproveitar esses recursos que, de uma forma ou outra, estariam encaminhados no Orçamento Participativo para reformar um posto que não existe mais.

Então, estou encaminhando à Secretaria de Saúde do Município, Ver. João Dib, é um pleito para que esses cem mil reais, que já estão encaminhados pelo Orçamento Participativo, possam ser transformados em cem mil reais para a construção de um posto para aquelas pessoas serem atendidas. Porque, se é de 250 mil reais o orçamento para se construir um posto novo, que se utilizem esses cem mil reais e se complemente, depois, num outro orçamento, mais cento e cinqüenta mil reais para se poder ter o posto naquela localidade. Mas o que não pode se conceber, nem na Administração passada e nem nesta, é que nós não tenhamos um posto lá na Vila Asa Branca, quando, na verdade, aquela comunidade já foi atendida no passado num posto de saúde que lá existia, e que não pode ser mais atendida agora, exatamente porque uma empresa, num determinado momento - é claro que apoiada a idéia pela Secretaria de Saúde do passado -, resolveu que aquele posto deveria ser colocado abaixo. Eu acho que assim não se faz administração pública, e assim a gente, de repente, começa a encontrar razões do por que 300 milhões de reais, ou 500 milhões - se somarmos o que vem do Governo Federal e mais os recursos do nosso próprio Orçamento -, não são suficientes para fazer uma boa saúde numa cidade como Porto Alegre. Mas eu acho que essas coisas precisam ser modificadas, precisam mudar, eu acho que elas estão acima do jogo político que pode ser feito entre situação e oposição, e isso cabe a todos os Vereadores. Que nós possamos, realmente, caminhar em direção de que uma vila como aquela possa ter um posto de saúde para atender toda a sua comunidade.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigado, Ver. Luiz Braz.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sra Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, são muitos temas que evidentemente eu poderia destacar aqui nesta tribuna, mas eu quero falar um pouco do nosso Plano Diretor, sobre o qual há uma discussão sobre a sua revisão na Cidade. Eu tenho, juntamente com o Ver. Carlos Comassetto, às vezes com o Ver. Adeli Sell e com outros Vereadores, debatido muito esse tema, Sra. Presidenta, em vários meios de comunicação nesta Cidade. Nós temos agora, no dia 26, a grande assembléia que vai finalizar a proposta que o Governo vai remeter a esta Casa. Mas tenho dito ao Secretário Fortunati, e até ao nosso querido Prefeito Fogaça, que nós precisamos avançar um pouco mais nessa discussão. Não me agrada essa discussão que está reduzida apenas às alturas, aos recuos e a algumas outras questões. Há temas cuja discussão esta Cidade não pode mais adiar; eu vou dar um exemplo: loteamentos irregulares. Não dá mais para continuarem campeando por esta Cidade os loteamentos irregulares, e esses chefes de falcatruas andarem soltos, vendendo esperança para o povo, e as pessoas sem luz, sem água, sem praça, sem creche, e tudo cai no colo da Prefeitura, Verª Maristela Meneghetti. Não dá para deixar, por exemplo, nós estávamos lá no bairro Lageado, Ver. Comassetto, debatendo, e V. Exa e eu referimos o seguinte: vamos pegar a Cooperativa Clara Nunes, consolidada. Estão lá na frente: 300, 400, 500 casas. Bom, ela não existe no mapa de Porto Alegre, por quê? Porque aquela Região é rururbana, não está destinada àquele tipo de construção, e que, para o Governo regularizar, tem que mandar para esta Casa um Projeto de Lei, de AIS, Área de Interesse Social. Então, nós temos que enfrentar a questão, por exemplo, dos loteamentos, e das ocupações consolidadas do Município de Porto Alegre. Eu vou mais longe: eu vou do bairro Lageado até a esquina democrática do bairro Lami, há um supermercado que tem 1.500 metros quadrados, que não tem alvará, que funciona todos os dias, e não é permitido pelo Plano Diretor! E ele não vai fechar? Eu vou revisar o Plano Diretor e não vou mexer nisso? Nós tivemos que votar, nesta Casa, há três semanas, a possibilidade de uma lavanderia, lá, no antigo prédio da Avipal. Por quê? No sistema atual, no regime urbanístico atual, não é permitido.

Eu quero dizer que, tão logo chegue esse Plano Diretor, a Câmara teria que fazer uma forte participação popular em todas as regiões da Cidade. Em todas as regiões da Cidade!  E agregar muitas outras coisas que não virão na revisão do Plano Diretor, para que a gente possa enfrentá-las. Malha viária, Ver. Dib? Lembra essas galerias lotadas, no mandato passado, sobre a Radial Anita?  Nós vamos fazer a revisão do Plano Diretor e vamos deixar dois traçados para a Radial Anita, de novo? Nós vamos fazer a revisão do Plano Diretor e não vamos tratar sobre a orla do Guaíba? Nós vamos tratar sobre a revisão do Plano Diretor e não vamos tratar do sistema cicloviário da Cidade? Nós vamos tratar da revisão do Plano Diretor e não vamos fazer o traçado de um possível metrô nesta Cidade, daqui a 20 ou 30 anos? Se a 3ª Perimetral saiu, foi porque houve um Prefeito, nesta Cidade, chamado Loureiro da Silva, que projetou para que hoje tivéssemos a Perimetral. Nós não seremos mais Vereadores, outros estarão aqui, mas hão de dizer: aquela Legislatura foi capaz fazer o traçado do metrô da Cidade de um milhão e meio de habitantes, que, amanhã, terá dois, três, e precisa ter. Com isso, eu quero finalizar, dizendo o seguinte: acho que há muitas coisas prioritárias na Cidade este ano, mas eu acho que, quando chegar aqui a questão do Plano Diretor, ela tem que ser a prioridade das prioridades. Na pior das hipóteses nós temos que levar até março do ano que vem, porque misturar revisão de Plano Diretor com ano eleitoral não é bom para a Cidade, não é bom para esta Casa, porque vai servir ao discurso fácil, às pressões do poder econômico, ou não. Então, nós precisamos fazer uma “revisão pé no chão”. Evidentemente, pois foi para isso que se colocou no Plano. Eu não posso olhar para um 4° Distrito, que está a cinco minutos do Centro de Porto Alegre, onde se vê só alagamento e casas com “vende-se”, “aluga-se”. Será que nós vamos revisar o Plano Diretor e não vamos tratar dessa questão? Acho que temos muitos desafios pela frente, mas confiamos na capacidade desta Casa, que é grandiosa e tem trabalhado pelas boas causas da nossa Cidade. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereador.

O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Exma Sra Verª Maristela Meneghetti, neste momento presidindo os trabalhos desta Sessão; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu gostaria de tranqüilizar a Cidade, tranqüilizar os Vereadores e tranqüilizar a população no sentido de que o Plano Diretor está sendo conduzido com bastante tranqüilidade. O PDDUA que está em vigor é de dezembro de 1999. Naquela ocasião, em que ao seu nome foi acrescentada a palavra “ambiental”, o que transformava diversas nuances da arquitetura da Cidade, que não era uma reforma, agora nós vamos fazer uma revisão tão-somente; aquele era um Plano novo praticamente. Com os aspectos dos avanços do final do século XX, início do século XXI, não houve nem sombra, não houve qualquer discussão parecida, nem com a Cidade, nem com ninguém, a respeito daquela importante matéria que veio a se transformar no II Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano da cidade de Porto Alegre. Tanto está sendo democrática e eficaz essa discussão, que setores da sociedade, tanto aqueles que se propõem a mantê-la, com os fóruns de ecologia, de bem-estar para a sua população, como aqueles que, no seu direito, querem o desenvolvimento econômico sustentado, estão preocupados e têm trazido opiniões para esta discussão. Tanto é verdade que estava marcada para o dia 21 de abril, que é feriado no Brasil, uma Audiência Pública, na qual se colheria todos os resultados das discussões nos diversos pontos da Cidade, mas, por solicitação de partes interessadas, foi transferida para o dia 26 de maio, para o final deste mês. De um modo que está sendo conduzida pela Secretaria do Planejamento e pelo seu titular, Fortunati, com segurança e tranqüilidade, essa discussão. 

Agora, se há um supermercado, lá na Zona Sul, que está funcionando sem alvará, o problema é da SMIC, que está nas mãos do PMDB. Eu já fui Secretário, já fui lá e fechei, assim como outros aqui que já foram Secretários da SMIC. Vai e fecha; se não tem alvará, não pode funcionar! Agora, querer botar a culpa no Plano Diretor, cuja discussão sequer iniciou nesta Casa?! Bom, aí há uma dilatação daquilo que se pretende discutir. Esta Casa vai enfrentar o Plano Diretor com tranqüilidade também, porque...

Agora, só um parêntese: que não se pense que a Audiência de 26 de maio vai decidir, pois quem decide é esta Casa. Eu li nos jornais a convocação de todos os setores e o povo para, no dia 26 de maio, votarem o Plano Diretor. Ora, há exacerbação: quem vai votar, quem vai modificar, quem vai apresentar emendas, quem dará a última palavra, a palavra final vai ser desta Casa, por meio de uma Comissão - e já está correndo pauta -, composta por doze integrantes e que dará as cartas, junto com os demais Vereadores, porque, desta vez, nós queremos que a discussão seja com o todo, por intermédio de todos os Vereadores, não só com as cinco Sub-Relatorias Temáticas, mas ampliando mais ainda, que todos os Vereadores possam acompanhar o Plano Diretor. Não vai haver uma Comissão de doze acima dos demais, que fale pelos demais; não, vai falar com os demais. Isso é uma inovação que a Verª Clênia Maranhão - que, neste momento, não se encontra no Plenário - chamou a atenção de que, em outras vezes, os Vereadores não puderam, os que não fizeram parte da Comissão, participar da discussão e dar as suas opiniões, isso não vai mais ocorrer!

Agora, esperamos, evidentemente, que a Cidade traga e trará, com tranqüilidade, o resultado dos diversos diálogos, das diversas reuniões, dos diversos debates. E tenho ouvido, com muita atenção, Vereadores que fizeram discussões muito boas. Aqui assisti, pela TVCOM, um debate, onde o Ver. Sebastião Melo, junto com o Ver. Carlos Comassetto, e junto com outros representantes, fizeram um debate muito bom, avançado, em que a Cidade ficou sabendo, pôde ouvir, pôde aquilatar opiniões diversas, mas opiniões de conhecedores da matéria, de pessoas qualificadas, que falaram de assunto que conhecem e que será, efetivamente, ou terá o seu desaguadouro aqui, nesta Casa.

Portanto, acho que - agora encerrando, Sra Presidenta - no dia 26, culminar-se-á a discussão de amplos setores da sociedade porto-alegrense, da coletividade. Depois, irá ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, e, finalmente, o Prefeito fará a consolidação de toda essa matéria, enviando-a para a Câmara. E aí - não digo que estará na estaca zero, porque não estará - aqueles que realmente têm não só o poder, mas o dever de votar com tranqüilidade, assim o farão. Receberemos aqui as pressões de todos os lados, mas, como sempre, decidiremos, com tranqüilidade, a favor da Cidade, como sempre temos feito.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigado, Ver. Nereu D’Avila.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Neste momento, vamos suspender os trabalhos da presente Sessão para a realização da Reunião Conjunta das Comissões, nos termos do art. 50, para a análise do Processo 1.851/07 - Projeto de Lei do Executivo nº 009/07 -, que altera a redação da ementa do artigo 1º e seu parágrafo único da Lei nº 9.952, de 4 de abril de 2006, que autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal e dá outras providências.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h58min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 18h53min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Srª Presidenta, solicito verificação de quórum.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, a Sessão dever-se-ia encerrar às 18h30min. Agora são 18h55min.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Ver. Dib, a Sessão foi suspensa para a instalação da Reunião Conjunta das Comissões. Estamos retomando.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Mas foi na Ordem do Dia; conta o tempo.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Foi suspensa a Sessão, não conta o horário, estamos retornando agora com a solicitação da verificação de quórum feita pelo Ver. Mario Fraga. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Há quórum para mantermos a Sessão.

 

VOTAÇÃO

 

PROC. Nº 1955/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 077/06, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que institui, no Município de Porto Alegre, o Programa Integrar, de fomento às redes associativas dos micros, pequenos e médios comerciantes e produtores rurais, agroindustriais e artesanais.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relatora Verª Margarete Moraes: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia em 28-03-07;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação nominal, por solicitação desta Presidência, o PLL nº 077/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Registro 05 votos SIM; 03 ABSTENÇÕES; num total de oito Srs. Vereadores presentes. Não há quórum para a votação.

Antes de encerrarmos a Sessão, apregoamos o Memorando nº 102/07 (Lê.): “Informamos que a Verª Sofia Cavedon estará representando esta Câmara Municipal na reunião com o Presidente da Capes, em Brasília, a ser realizada no dia 07 de maio de 2007, reiterando que não haverá ônus para esta Casa. Atenciosamente, Verª Maria Celeste, Presidenta”.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h59min.)

* * * * *